Um país que respira futebol
Leonardo Jardim, Bernardo Silva e João Moutinho no Monaco, Cristiano Ronaldo no Real Madrid e Paulo Fonseca no Shakhtar protagonizaram mais um dia de ouro para o futebol português. Destaque enorme e merecido para o treinador que conquistou a liga francesa. A tarefa parecia impossível. O PSG era o crónico campeão e parecia destinado a conquistar o título interno, sendo legítimo candidato à vitória na Champions. Nada mais errado. Jardim já tinha feito um belo trabalho na recuperação do Sporting com Bruno de Carvalho e só a loucura do presidente do Olympiacos não o deixou conquistar o campeonato grego com grande vantagem, mas desta vez mudou o paradigma do futebol gaulês. É uma das obras mais impressionantes de um treinador português de que tenho memória. O triunfo do futebol sobre os milhões. A irreverência de Jardim e dos seus jovens jogadores frente aos talentosos mas burgueses parisienses. Uma conquista que abre novas portas ao técnico e levanta dúvidas sobre o futuro de pérolas como Bernardo Silva.
Cristiano – quem havia de ser – foi uma vez mais um ‘monstro’ em Vigo. Foi ele quem abriu o caminho à importantíssima vitória do Real Madrid, bisando a caminho de um título que escapa desde 2011/12. O português já dispensa adjetivos, porque eles parecem quase sempre curtos para o que consegue fazer a favor dos seus na hora da verdade. Um exemplo de superação que nos ensina muito do que é possível na vida.
Paulo Fonseca disse que sim ao convite da Ucrânia e a aposta está a dar frutos. A ‘dobradinha’ frente a um Dínamo Kiev curto para o talento à disposição do treinador português. Muito respeito para Fonseca, que podia ter sido queimado no Dragão e soube revitalizar uma carreira que pode ir… a qualquer lado. Deve haver quem esteja a ver o que faz por ali e no futuro…
Texto publicado a 18 de maio de 2017