Processos árduos de construção
Após a conquista do tetra, a saborosa quarta vitória consecutiva de Luís Filipe Vieira, Sporting e FC Porto atravessam um período difícil. Envolvidos novamente em processos de reconstrução que levem à reconquista do título, mas sem o dinheiro, a base de trabalho e o saber ganhar hoje plenamente instalado na Luz. Custou mas foi. É uma das grandes obras de Vieira.
Em Alvalade Bruno de Carvalho deixou a tónica num último post ontem no Facebook. Numa boa notícia para os adeptos e má para os jornais, o presidente diz que vai abandonar a plataforma. Mas deixa fortes recados a todos. Da equipa de futebol às modalidades, passando pelos mesmos adeptos, que pretende ver a lutarem a seu lado mas com um grau de exigência maior do que tem sido habitual. Duro.
Bruno e Jesus entenderam-se. Sabem que a próxima época é vital para o leão e prometem prepará-la ao ínfimo pormenor. Mas em Alvalade não se sabe como ganhar títulos. É o teste de fogo à eletrizante aliança. Sem total confiança mútua não vão a lado nenhum.
No Dragão o caso pode ser mais complicado. Porque até Pinto da Costa já é contestado. Já se percebeu que a culpa não pode morrer apenas com os treinadores, que vão sendo descartados após cada falhanço. Parece que o próximo será Nuno. Tenho dúvidas de que seja a melhor estratégia e este não é sequer o maior problema que a SAD tem para resolver. Os enormes prejuízos acumulados e as constantes saídas para a frente poderão obrigar, desta vez, o FC Porto a poupar no investimento e a vender para abater passivo. Se for mesmo obrigado a fazê-lo, é difícil saber como conseguirá parar o poderoso Benfica. É uma equação toda ela complicadíssima para Pinto da Costa. A dívida de gratidão do clube ao presidente será eterna. Mas a paciência, essa, os adeptos já mostraram que pode acabar.
Texto publicado a 17 de Maio de 2017