Dérbi mais importante jogou-se à mesa
Confesso que não sou o maior admirador das capacidades futebolísticas de Schelotto, o habitual lateral-direito do Sporting, mas ontem passei a admirá-lo pela capacidade de juntar à mesa na inauguração do seu restaurante os rivais Carrillo, Grimaldo e Jiménez com o plantel leonino. O ítalo-argentino deu um excelente exemplo ao futebol português. A dirigentes, treinadores e adeptos. A verdade é que no meio todos sabem que os jogadores rivais têm relações de amizade, mas o atual clima pode levar as pessoas a pensar que o ódio está espalhado por todo o lado. Como Schellotto provou ontem leões e águias são perfeitamente capazes de colocar as azias para trás das costas e sentar-se à mesa no que será o novo projeto de vida para o jogador do Sporting. Muchas gracias!
É particularmente interessante a presença de Carrillo. Um jogador que resolveu fazer carreira do outro lado da Segunda Circular, principescamente pago para isso como mostram os muitos milhões pagos pelo Benfica em comissões, mas que continua a ter excelente relação com os ex-colegas, por muito ódio e assobios que cheguem das bancadas. No futebol há coisas mais importantes do que a irracionalidade de quem não sabe distinguir rivalidade de confronto bélico. Muito cool.
O Sporting arrancou ontem com o congresso ‘ The Future of football’. Uma iniciativa que fica bem aos leões e defende o clube como instituição que tenta apontar caminhos e soluções para um negócio que é de todos. Jesus deu mais um ‘show’ com o seu jeito particular de comunicar. Goste-se ou não, o técnico do Sporting não deixa ninguém indiferente. Nunca será um homem de consensos.
André Gomes bisou ontem na goleada do Barcelona. Aposto que ninguém lhe chamou nomes na bancada…
Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 26/27 de abril de 2017