Coates e Gelson são trunfos de leão
A resolução dos dossiês Coates e Gelson é uma excelente notícia para os sportinguistas. Após uma época em que as coisas raramente correram bem, enfrentar problemas com dois dos jogadores mais importantes e influentes na equipa de Jesus era tudo o que os adeptos dispensavam. Assinaram ambos até 2022 e chegam ao Dragão de cabeça limpa em relação ao futuro no clube.
Em termos políticos, mas também desportivos, esta é uma grande vitória de Bruno de Carvalho. E em relação aos seus dois maiores rivais de momento: Pedro Madeira Rodrigues e Luís Filipe Vieira. Em relação ao primeiro, porque naturalmente este vê com agrado qualquer problema colocado ao atual presidente. A luta eleitoral leva a isso. Mas se as derrotas em campo são hoje o único trunfo do candidato, perder qualquer uma destas pedras, isso sim, colocaria mais tensão nas urnas. Bruno manteve sempre a calma nos dois temas e acabou por ser recompensado. Gelson, a pérola da formação, amarrada por mais cinco anos, assim como o uruguaio, pilar da defesa.
No confronto que vem mantendo com Vieira, o presidente do Sporting tem ganho e perdido batalhas. Carrillo foi uma das jóias que fugiu para a Luz. Mas se é verdade que o peruano pouco tem feito desportivamente, e mesmo que a sua saída tenha potenciado, também ela, a explosão de Gelson, ele é ainda uma derrota que custa a engolir em Alvalade. Coates podia ter sido o próximo. Com Luisão a chegar ao fim e sem um jogador com o mesmo perfil no plantel – apesar de vários centrais de enorme qualidade – trazer o uruguaio da Luz para Alvalade era apetitoso. Tanto que Rui Vitória, treinador sério e cauteloso nas declarações à imprensa, se atreveu a elogiá-lo quando o desvio parecia garantido. Puro erro. Raramente o faz, mas nesse dia o treinador falou demais. Arrisco que a culpa não é dele.
TEXTO PUBLICADO EM RECORD PREMIUM E NA VERSÃO IMPRESSA DE RECORD DE 3 de Fevereiro de 2017
