O desafio do Benfica e os discursos
Numa temporada que em termos de resultados se pode apelidar de fulgurante, o Benfica joga hoje o acesso à final de mais um troféu. No fundo, novo passo do marco histórico que os encarnados perseguem esta época: conquistar todos os títulos em que estão envolvidos internamente. Uma tarefa só ao alcance de verdadeiros campeões e que mostra bem a hegemonia a que o clube da Luz se propõe no futebol português.
Com muita piada o discurso de lançamento do jogo por parte de Inácio. Com uma desenvoltura que raramente lhe vimos no passado de técnico, ele que fez uma passagem pela televisão que lhe parece ter dado outros dotes. Bom ver que o discurso pode ser positivo sem entrar nos clichés habituais nas conferência de imprensa. Tem razão o treinador do Moreirense. Estão hoje em jogo dois mundos diferentes. E se a ideia então for poupar peças para a liga a balança fica ainda mais desigual. Mas ninguém pode levar a mal que a meta do clube nortenho seja outra. É a vida.
Quem raramente desilude nas conversas é Jesus. Goste-se ou não do estilo, há mais conteúdo no discurso do treinador leonino do que no arrazoado de lugares comuns que se ouvem por esse futebol fora. Mesmo na ‘conversa em família’ na Sporting TV o treinador deixa muita coisa esclarecida e mostra ideias sem subterfúgios. Tantas vezes em desacordo, não deixo de tirar o chapéu a quem ousa ser diferente.
Parabéns ao Sp. Braga de António Salvador. Está na final da Taça CTT, mesmo após uma chicotada psicológica e numa altura em que a equipa enfrenta uma vaga de lesões. Jorge Simão parece ter sido uma escolha acertada e se os guerreiros ainda não exibem um futebol convincente, os resultados não são nada maus. Fazer mais com menos do que os grandes. A receita está aqui.
Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 26 de janeiro de 2017