A noite em que Talisca gelou a Luz
TEXTO PUBLICADO EM RECORD PREMIUM A NA VERSÃO IMPRESSA A 14 DE SETEMBRO DE 2016
Tudo parecia conjugar-se para uma estreia vitoriosa na Champions quando Celis fez a falta escusada. Poucos terão sido os adeptos que não se lembraram do golo apontado por Talisca ao Bayern Munique. Infelizmente para as contas da Luz – e as portuguesas na UEFA – o brasileiro repetiu a gracinha. Um golo soberbo, o único remate que Ederson não foi capaz de travar.
Os festejos que se seguiram magoaram, compreensivelmente, antigos companheiros no relvado e adeptos nas bancadas e em casa. Demasiado cedo para tanta festa de um jogador que está emprestado, ainda que por dois anos. A explicação Talisca deu-a mais tarde. Vieira e Gomes da Silva os destinatários.
Passando por cima do salário que o brasileiro diz não ter recebido e que os encarnados afirmam não ter de pagar, fica claro que a saída não foi amigável. Talisca, à imagem de Luisão, parece ter sido empurrado. Primeiro era a China, depois o escalão secundário em Inglaterra e o médio aterrou na Turquia. Há algo por explicar no arrufo. Desde as declarações de Vieira e Gomes da Silva a uma semana do jogo à resposta de Talisca fora de campo. Parecem ficar todos mal no filme. Certo é que ex-companheiros e adeptos não mereciam mesmo aquilo.
O Benfica podia ter ganho. Teve oportunidades para resolver. A ausência de opções de ataque teve um peso claro no jogo. Com Jonas, Mitroglou ou Rafa provavelmente as coisas seriam diferentes. Mas ao Benfica também faltou qualquer coisa. E a inexperiência não explica tudo. Se jogaram Ederson, Lindelöf, Nélson e Cervi, ficaram de fora Júlio César, Luisão, André Almeida e Carrillo. Opções.
Azar dos azares? Talisca foi emprestado por dois milhões e ontem sacou um aos cofres da Luz. Isso sim foi maldade.
