Danos já irreparáveis
Após a constituição de Luís Filipe Vieira e Fernando Tavares, presidente e vice-presidente do Benfica, como arguidos na Operação Lex, onde são acusados de usar o clube em benefício próprio – corrompendo o juiz Rui Rangel em troca de tratamento ‘especial’ –, a detenção de Paulo Gonçalves é mais uma mancha na imagem de um emblema centenário que merece mais e melhor do que isto.
O Benfica já sofreu danos irreparáveis com os alegados comportamentos dos dirigentes. E não falamos sequer das investigações ainda levadas a cabo após a divulgação dos emails do clube. A operação Lex deriva de opções pessoais de Vieira e Tavares, que nada têm a ver com o Benfica, apenas usado como moeda de troca. Já a operação e-Toupeira traz acusações de corrupção ativa e passiva para conhecimento indevido dos processos movidos ao clube, e pior, também dos levantados a FC Porto e Sporting.
A presunção de inocência é devida a qualquer cidadão. Não lerá neste espaço qualquer acusação menos própria a pessoas que têm todo o direito a defender-se. Pior está o Benfica, que vê o nome manchado em toda a Europa, semana após semana. Mas se de crimes não se fala aqui, em termos éticos os dirigentes encarnados já têm muitas contas a prestar. Principalmente aos seus adeptos.
Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 07-03-2018