Até às últimas consequências
O futebol português segue imerso num mar de dúvidas. Ganhe quem ganhar o campeonato, apenas os adeptos do clube vencedor acreditarão na justiça desportiva e atentos ao que vamos ouvindo e lendo pouco se pode já fazer para alterar a ideia num curto espaço de tempo. Mas se a guerra instalada entre os três grandes é algo sem solução até que os respetivos presidentes se cansem – muito porque FPF e Liga já deixaram bem claro que não têm mãos para tão bicudo problema –, outros temas existem na atualidade que não dependem dos homens do futebol e para os quais os portugueses precisam de respostas concretas.
A morte de mais um adepto e o recente episódio de eventual match-fixing não podem ficar sem justiça. Saber que há quem possa marcar batalhas, lutar até à morte, haver corpos arrastados pela estrada… isto não é digno de um Estado de direito. Desejo sinceramente que a Polícia Judiciária dê caça a quem neste nojo participou. Ao assassino e restante matilha. Portugal ficará mais limpo.
O problema dos jogos viciados é outro tema que merece muita atenção das autoridades. Está longe de ser exclusivamente nacional, é antes uma teia mundial, e reconheça-se, muito difícil de combater. O problema em Portugal é real e há muitas situações dúbias que apenas a falta de provas obrigam a calar. Há meios de investigação que só estão ao alcance da polícia. E bem. Que lhes sejam dados meios para trabalharem. É que, suspeito, no futebol em Portugal há muita trafulhice para travar.
Vítor Oliveira conseguiu a 10.ª subida de divisão. Um número bonito de uma história real e que nos Estados Unidos já estaria pensada para filme. A questão hoje é se o treinador fica ou não na próxima época. Ou então já sabemos quem sobe em 2017/18. Vai uma aposta?
Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 25 de abril de 2017
