Teste de fogo ao Sporting de Jesus
A derrota no dérbi colocou uma pressão enorme no Sporting e no jogo que os leões disputam hoje em Setúbal. Com a eliminação da Champions e Liga Europa a equipa orientada por Jorge Jesus ficou apenas com objetivos internos na mira e os cinco pontos de atraso na corrida ao título obrigam ainda a maior atenção à Taça de Portugal, uma prova que JJ venera e que sendo a segunda mais importante do calendário nacional torna-se o melhor dos paliativos para eventuais desaires na Liga.
A derrota na Luz terá sido um rude golpe no ânimo da equipa. O Sporting voltou a ser melhor do que o rival em jogo jogado, na 2.ª parte deu mesmo um abafo nos homens de Vitória, mas a verdade é que os três pontos, aquilo que conta e é decisivo no futebol, voltaram a sorrir aos campeões. Pior, a interferência de Jorge Sousa terá deixado os leões ainda mais agastados. Canalizar este sentimento para um revolta que produza resultados esta época é o que se pede a Jesus. Ainda na Liga e de forma decidida hoje na Taça.
No pós-dérbi as multas somadas dão mais de 20 mil euros. Há coisas que custam caro aos clubes e que os adeptos continuam a fazer. Provavelmente estou errado. Não é caro. Só parece. A Liga deveria subir ainda mais as multas. Porquê continuar a ouvir petardos, ver fogueiras e mesmo cartolinas atiradas aos jogadores? Tornou-se já anacrónico. Porque havemos de estar mais perto dos comportamentos na Grécia ou na Turquia quando o nosso objetivo deveria ser imitar a Premier ou a Bundesliga? Entretanto Rui Costa voltou a ser multado por estar no túnel… onde não devia. Que sentido faz isto?
Desenrolou-se ontem a maior operação de controlo antidoping de sempre no futebol português. Ainda bem. Mas não dava para fazê-la sem mexer com a preparação das equipas?
Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 14 de dezembro de 2016
