Há muito mercado para percorrer
Os três grandes portugueses são hoje empresas compostas por profissionais especializados na indústria futebol. Mesmo se ao nível da comunicação não parecem. Os grandes emblemas estrangeiros têm pouco a ensinar em termos de mercado. Os resultados que conseguem são mais impactantes não por trabalharem melhor, mas por terem à disposição mais dinheiro. Assim se explicam, por exemplo, os brilharetes dos clubes nacionais na Liga Europa. Em campeonatos bem menos interessantes, como Grécia, Turquia ou mesmo França (à exceção do milionário PSG) , paga-se bem mais e com menos resultados.
O Benfica está primeiro a arrumar a casa. Vieira comanda a estrutura ganhadora e quer capitalizar o título. A ordem é vender para sanear as contas e depois logo haverá lugar ao investimento. Mesmo que a aposta seja a formação, dificilmente os encarnados deixarão de gastar cerca de 30 milhões em reforços. No entanto, será preciso primeiro ver a que verba chegarão as vendas. Na Luz são os cérebros de Vieira e Soares de Oliveira quem mandam. Só depois entram Rui Costa e Vitória na equação. Hoje em dia a finança ‘rules’.
Em Alvalade a aposta de Bruno de Carvalho e Jesus mantém-se. A ideia é conquistar o título na próxima época. E para isso segurar os melhores. Não será fácil, pois a espinha dorsal do Sporting – Patrício, William, João Mário e Slimani – tem muito mercado. A fórmula é ter os craques satisfeitos e recusar até onde se puder. Ainda assim haverá muitas mexidas. Ou não fosse o técnico JJ.
No FC Porto a vida continua à espera de definições. Pinto da Costa tarda em decidir o que está a vista de todos e Antero Henrique dá sinais de impaciência. Assim tudo fica mais difícil para quem quer devolver o clube às vitórias.
Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 26 de maio de 2016