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Lado B

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Perceber o ódio dedicado a Renato Sanches

19 Julho, 2016 1341 visualizações

Faço diariamente um esforço para entender a loucura desenfreada que se vive esta época entre Benfica e Sporting. Nomeadamente a troca de galhardetes entre dirigentes e adeptos. Percebo que a troca de Jesus não caiu bem na Luz e que em Alvalade se viveu uma era de ataques ao rival como não há memória. E que as equipas de comunicação traçam diariamente estratégias para tentar prejudicar o adversário, por muito que seja impossível medir se o circo faz sentido ou tem resultados práticos.

Confesso ter mais dificuldades em perceber o ataque cerrado a Renato Sanches por parte dos sportinguistas. Não entendo o que têm a ver com o médio os dirigentes leoninos. E custa-me engolir também o ódio que lhe é dedicado pelos adeptos. É verdade que não acho Renato a última Coca-Cola no deserto. E que considero a quantia paga pelo Bayern relativamente ridícula. Mas essa é a vantagem de se ter relações com Jorge Mendes, empresário que consegue impossíveis. Se olharmos ao que foi dado por Mangala pelo City, a coisa não dá ainda mais vontade de rir? Mas com Renato os ataques vão para além do admissível. É assim tão difícil reconhecer que tem qualidades e enorme potencial? Que foi importante para a espetacular recuperação do Benfica?

 

As insinuações sobre a idade são apenas mais um ponto em que, sem provas, se roça pelo menos a deselegância. Que seja só isso. Quem anda no Twitter e Facebook fica por saber se a verborreia é só rivalidade ou se toca o racismo. É que tento perceber tudo, mas em relação a esse tenho uma intolerância grande.

 

Que o processo noticiado por Record seja mesmo pensado por Renato. Hoje é muito difícil acreditar em alguém nesta guerra sem quartel. E era pena que ele fosse apenas mais uma peça da engrenagem.

Texto publicado na versão impressa de Record a 12 de maio de 2016