A importância de ganhar sem saber como
O Benfica conseguiu no Bessa uma das vitórias mais felizes que arrancou na Liga. Não apenas por ter sido já no tempo de compensação, mas ainda porque os encarnados não fizeram uma boa exibição. Estiveram a anos-luz do que é exigido a quem quer segurar a liderança. Ela não fugiu porque as soluções no plantel são muitas. Uma é mesmo mais solução do que outras: Jonas.
É ao brasileiro e não à sorte que Vieira e Rui Vitória devem agradecer o triunfo. O brasileiro é um avançado de recursos impressionantes, está feito um goleador de outro mundo e é peça vital na candidatura que o Benfica mantém ao tri. As oportunidades para os encarnados não foram muitas e quando a pressão apertava o ponta-de-lança soube manter-se frio e disparar para o fundo das redes. Uma vitória de campeão.
Os campeonatos também se conquistam assim. Ganhando às vezes sem saber bem como. Porque uma equipa não joga sempre bem, por muita superioridade que tenha sobre o rival do dia. Ontem o humilde Boavista equilibrou e de que maneira o jogo, mas o Benfica teve a estrelinha do seu lado, sem casos para discutir. A águia ganhou porque marcou, um pouco à imagem do que fez no dérbi. E se continuar a fazê-lo vai ser campeã. Esse é o objetivo maior dos encarnados. E se a equipa não consegue ser melhor do que o adversário há que saber ganhar de outra forma. No Bessa, como em Alvalade, o bicampeão soube aplicar a receita. Está cada vez mais perto de ser tri.
Resta saber os motivos da má exibição. Dificuldades em suportar a pressão ou cansaço? Seja qual for, Rui Vitória terá de intervir rapidamente. Jonas é brutal mas não lhe pode resolver todos os problemas.
Uma palavra para a pantera de Sánchez. Bela exibição e derrota difícil. O futebol tem destas coisas. Belo trabalho do boliviano. Quem viu o Boavista…
Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 21 de março de 2016