Um alerta que se entende bem
O alerta de Jorge Jesus para o jogo de Setúbal tem razão de ser. Os leões atravessam um ciclo complicadíssimo, provavelmente o pior em termos de calendário na liga, mas os três pontos conquistados no clássico valem exatamente o mesmo dos que estão em disputa no Bonfim e na receção ao Sp. Braga. Manter a equipa focada e capaz de entender que o próximo jogo é sempre o mais difícil é uma das tarefas mais árduas dos treinadores. Não relaxar após bater o FC Porto pode ser determinante para manter a liderança. E isto tendo em conta que o Vitória é só o 5.º classificado e tem jogado olhos nos olhos com toda a gente.
Jesus é uma velha raposa. E sabe que ainda não ganhou nada. Num balneário pouco habituado a ganhar, tenta evitar deslumbramentos. A derrota na Madeira pode ter ajudado alguns a entender a importância de manter o melhor nível em todos os jogos. Mas numa semana em que disputa 9 pontos frente a FC Porto, Vitória e Sp. Braga, JJ sabe que vai precisar de todos no máximo.
Em Setúbal Jesus volta a jogar também contra a história. É um dos campos onde o Sporting tem um registo negativo, quando se somam os empates e as derrotas contra as vitórias. Somar esta tradição a um relvado difícil e às difíceis condições atmosféricas que Portugal tem enfrentado nos últimos dias, pode fazer deste encontro um daqueles jogo-chave em que uma eventual vitória pode valer mais do que isso.
Xistra não teve, de facto, uma noite boa em Guimarães. E não falo das grandes penalidades que não viu, mas das atitudes. O diálogo com Sérgio Conceição é, no mínimo, pouco feliz. O episódio com Nico Gaitán roça o ridículo. E teve ainda tempo para quase empurrar Dourado porque este caiu após a cotovelada de Jardel, que também não marcou. Bom é que só pode melhorar.
Texto publicado em Record Premium e na versão impressa a 5 de janeiro de 2016
Comentário mais votado
É engraçado que há uns anos valentes que acompanho as crónicas do Bernardo, e sou do tempo em que alertava para o mau ambiente criado pelo Pinto e Vieira à volta do futebol. Da maior personagem que o futebol PT deu desde Vale e Azevedo, a viola fica no saco. Provavelmente, houve mudança de paradigma no Bernardo. Faz sentido.
É engraçado que há uns anos valentes que acompanho as crónicas do Bernardo, e sou do tempo em que alertava para o mau ambiente criado pelo Pinto e Vieira à volta do futebol. Da maior personagem que o futebol PT deu desde Vale e Azevedo, a viola fica no saco. Provavelmente, houve mudança de paradigma no Bernardo. Faz sentido.