MA-MA-MA-MARADONA (2)
Este, sim, é o Maradona que todos conhecemos. Com o poncho oferecido por dois chicos da segunda aldeia mais alta do Mundo.
Este, sim, é o Maradona que todos conhecemos. Com o poncho oferecido por dois chicos da segunda aldeia mais alta do Mundo.
…isto!
Um treinador “agarrado”, isto é, com toda a garra e toda a guerra.
Jogadores soltos, livres, leves, sem o tédio provocado por longas dissertações em frente ao plasma.
Técnica, arte, buril, bisel, futebol de arco peraltado, base, fuste e capitel em labaredas de azul desmaiado.
Uma equipa joga o que a deixam jogar.
A Argentina joga o que os seus jogadores têm para jogar.
É simples. Não obedece a princípios cartesianos ou a epistemologias em voga.
O futebol é um jogo simples.
11 homens em cuecas contra outros onze. Uma bola. Duas balizas. Às vezes também o Olegário Benquerença.
O resto é o que todos têm visto. A Argentina em todo o seu esplendor, Maradona de regresso aos grandes momentos no improvável posto de treinador.
Que lindo!
PS – Deco acaba de dizer que não tem nenhum problema com Carlos Queiroz com “z”. Não é uma novidade. Já todos sabíamos que não tem nenhum problema, tem um problema. Aliás, Deco e mais 10,4 milhões de portugueses.
Com um (inesperado) fato de ir à madrinha, Diego Maradona estreou-se no Mundial 2010 com um triunfo curto mas indiscutível. Deu para perceber a empatia entre o marado Maradona e a sua equipa. Algo ainda mais terrível de verificar, na perspectiva dos seus adversários, que o poderia colectivo e individual da equipa argentina.
A Nigéria teve de consolar-se com a derrota pela diferença mínima (outros provavelmente não lograrão tão pouco).
Maradona, todos sabemos, é persona non grata para a FIFA do suíço Blatter que acaba de conseguir lucros escandalosos. Mas a FIFA mais uma vez vai ter de levar com o MAIOR JOGADOR DE FUTEBOL DA HISTÓRIA DO FUTEBOL, hoje investido na qualidade de treinador.
Ao contrário de outros, não acredito que Diego Maradona queira ser também o Armando que outros todos os dias fazem questão de querer ser. Basta-lhe a faceta mais pura do futebol (e não só do futebol), tudo aquilo que aprendeu no bairro pobre dos subúrbios de Buenos Aires onde cresceu.
Quando olho para Maradona consigo sempre ver o menino que Diego foi. Por isso, quando olho para os outros fico sempre nauseado. Provavelmente Diego é o único que está nesta corrida por prazer. Por querer. Por saber. Por crer.
É certo e verdadeiro: outra coisa não seria de esperar de Deus.