Coimbra B no entroncamento para Palermo
Esta noite tive um sonho perturbador.
Estava em Coimbra B à espera de um comboio para a Pampilhosa quando ali parou o TGV com destino a Palermo.
Apesar de ser um sonho, foi um fenómeno ao nível do Entroncamento.
Entrei no comboio, sentei-me num lugar da primeira classe, pedi uma flute de Moet & Chandon e voltei a fechar os olhos.
Quando os abri, a carruagem da 1.ª classe estava cheia.
À minha direita reconheci o senhor Araújo e uma fila à frente o senhor Duarte. Este último em animada conversa com o senhor Alves.
Foi quando se ouviu uma voz na instalação sonora. Era a voz do senhor Costa.
Quando o comboio parou na estação seguinte, também não me surpreendi quando li “Funchal”. Com tantos túneis que já tem, a Madeira há muito que merecia uma linha de caminho de ferro!
Voltei a fechar os olhos.
Estação seguinte: Aveiro. Vi um leão a ser comido por uma pantera e o senhor Duarte apontou para a cena e riu-se.
Seguiu-se a estação da Madalena. Confesso que já tive sonhos melhores.
Sonhei dentro do sonho e acordei em Palermo. Sai do comboio e encontrei o Félix. Apesar de já não estarmos juntos há alguns anos, reconheceu-me e ofereceu-me a bota do Paraty.
Entretanto, o TGV recomeçou a sua marcha. Os meus companheiros de viagem acenaram-me. Perdi a viagem de regresso a Coimbra B mas apanhei o comboio seguinte. Era ainda uma máquina a vapor e foi então que mergulhei no velho faroeste, com as estações a sucederem-se: Braga, Porto, Canal Caveira, Tocha, Covilhã, Viana do Castelo e finalmente Colúmbia.
Estranhei. Ia jurar que tinha tirado um bilhete para Raleigh, a capital da Carolina do Norte.
É no que dá, mesmo em sonhos, confiar as minhas viagens à agência Cómica.