Se fosse fácil não era para Jorge Jesus
Após alguns dias de ausência, para cumprir 240 quilómetros a pé de Tui a Muxia, passando por Santiago, numa jornada que devemos cumprir pelo menos uma vez na vida, eis-me de volta para duas ou três reflexões sobre o que foi entretanto atualidade e que acompanhei a espaços.
– Jesus no Sporting. Uma surpresa, sem dúvida. Sempre pensei que JJ seguisse no Benfica, não fazia ideia do esboroamento da sua relação com o presidente Vieira, que marcou a sua posição. O Carinhas é um leão de gema e acredito que também isso o ajudou a decidir mas sobretudo foi para Alvalade, esse cemitério de treinadores, porque o seu lema é o mesmo do pelotão de montanha da GNR, ou seja, se fosse fácil, não era para nós. No caso concreto, para ele, JJ, esse ego gigantesco que se alimenta de vitórias. Não me parece que esteja iminente um choque de personalidades entre JJ e BdC. O presidente do Sporting tem finalmente alguém mais velho, mais experiente e mais emocional à sua frente. Só não entendo o que continua a fazer Inácio no Sporting mas isso são outros quinhentos. Vai ser um tremendo desafio para Jesus mas para já quem segue temendo são os adversários diretos do Sporting.
– Rui Vitória no Benfica. Não é uma surpresa. O ex-treinador do V. Guimarães conhece a casa e o seu adjunto Arnaldo Teixeira ainda mais, pois é filho do grande nome da formação do Benfica nos últimos 30 anos. Vitória é um dos treinadores mais ponderados e moderados que conheço e tem trabalho feito. Não será fácil mudar o chip num Benfica feito à imagem de JJ. Mas era agora ou nunca e o Benfica escolheu bem.
– FC Porto mais do mesmo. Os adeptos do FC Porto ainda se questionam sobre o porquê da reafirmação da aposta em Lopetegui sobretudo porque Pinto da Costa perdeu a oportunidade de contratar Jorge Jesus. O mercado ainda vai mexer muito no Dragão e o FC Porto a correr por fora pode ter alguma vantagem,