Entrevista com Jesus, o que não se salvou
Parei esta semana na área de serviço de Fátima.
Encontrei lá um velho amigo, Jota Jesus, também conhecido por JJ 2, hoje treinador do Fornos de Algodres, outrora promissor treinador de uma equipa minhota.
Foram 5 minutos de agradável conversa.
– Meu amigo, por aqui?
– É verdade. Vim por duas velinhas. Esta semana temos um importante jogo com o Mangualde.
– Deves ter um irmão gémeo no Benfica…
– É meu confrade. Costuma vir aqui. A semana passada fez a via sacra de costas e de joelhos.
– Também não é caso para menos, ganhar ao Sporting com um golo daqueles…
– É, foi milagre. Mas nem sempre resulta. Antes do jogo com o FC Porto também o vi por aqui.
– Fez algum ritual especial?
– Vinha com o Bruxo de Fafe e um saco de velas negras.
– Porra.
– O homem tem fé mas é muito supersticioso. Passa a vida em Aveiro a comprar sal.
– Ele está é rico…
– Parece que sim, ganha 2 milhões por ano no Benfica.
– Limpinhos?
– Limpinhos. E acaba de recuperar 700 mil do BPP…
– Ganha-se bem a treinar. Só tu é que não tiveste sorte.
– É, mal dá para o tabaco. Mas tá-se bem. Um dia a minha hora vai soar.
– É isso, com sangue, soar e lágrimas.
– E trabalho, a malta esquece-se sempre que o Churchill falou em trabalho.
– Mas diz-me lá, é verdade que às vezes fazes de duplo do homem?
– Não digas a ninguém mas é. Fui eu que ganhei ao Sporting, o Vieira deixou-o fechado na casa de banho do Seixal.
– Ah, bem me parecia. E és tu que jantas com o Cardozo?
– Também. Mas o gajo já me topou. Outro dia esqueci-me das chicletes de pêssego e disse uma palavra difícil: ementa.
– O que mudarias no Benfica se pudesses?
– Mudava de JJ.
– Tem paciência.
– É o que tenho mais. Dá-lhe cumprimentos meus. Diz-lhe que já sei quem é a bruxa do Alto Minho que o tramou o ano passado.
– Essa é boa…
– Por acaso é. Mas a Elsa era melhor.