Ocaso Oblak
Não sei qual é a surpresa em relação ao caso de Oblak.
O futebol transformou-se num meio para atingir determinados fins – alguém ganha com isso enquanto os clubes ficam cada vez mais pobres e endividados, mas essa é outra história – e não se pode esperar dos jogadores que tenham amor à camisola, respeito ao emblema e consideração por tudo aquilo que os clubes fizeram por eles.
Os jogadores de futebol movem-se apenas na direção do dinheiro.
Os adeptos, esses, pagam tudo, das quotas aos bilhetes, passando pelas viagens e pelas assinaturas para ver os jogos na televisão. Como compensação podem comprar camisolas dos seus clubes por quase 100 euros!
Esta ilusão de que o futebol é a paixão de todos, dos adeptos aos jogadores, passando por presidentes e treinadores, é uma ideia que enche a alma mas que, manifestamente, está longe da realidade.
Oblak não está a fazer nem mais nem menos que aquilo que outros fizeram.
O guarda-redes que despontou esta época no Benfica não é benfiquista desde pequenino e apenas está a aproveitar o que o mercado lhe dá.
A indignação dos adeptos, dos dirigentes e dos apaniguados com direito ao espaço público é apenas o que é: um grito surdo.
O futebol dos românticos e apaixonados é apenas um nicho. Tudo é uma questão de fé.
Não sabemos é quanto tempo mais esta fé vai resistir. O tifo também já matou muita gente e hoje ninguém lhe liga.