Há uma linha que une Bruno de Carvalho e Pinto da Costa
Nos tempos que correm, chamar “rufia” a alguém é quase um elogio, tal é crispação que reina por aí. Ver e ouvir Bruno de Carvalho, um presidente que nos estádios apenas se senta no seu lugar no banco e aí permanece em transe budista, chamar “rufia” a Pinto da Costa não espanta.
A Infopédia explica-nos o significado da palavra “rufia”:
Nome de dois géneros: criança ou jovem desordeiro; pessoa que provoca desacatos.
Nome masculino: indivíduo que vive à custa de prostitutas, rufião: alcoviteiro.
Ora, Pinto da Costa está longe de ser um jovem desordeiro, há muito tempo que não acena para os adeptos do Benfica no Estádio da Luz, não consta do seu registo de atividades o proxenetismo e apenas se admite que tenha uma certa propensão para a má língua (mas esse é um problema genérico da sociedade portuguesa).
Bruno de Carvalho, como já se pode perceber, tem um modelo e esse modelo é o próprio PC. Imita-o no que pode e ir para o banco é apenas uma dessas tentativas: a outra é o Augusto Inácio.
Já aqui disse e repito que BdC tem tudo para se eternizar na presidência do Sporting e o facto de ainda ser, de certo modo, um “jovem desordeiro” que aqui e ali “provoca desacatos” apenas abona a favor desta possibilidade.
Há muito ainda para descobrir sobre BdC mas já todos percebemos que é um fator de salvação de um campeonato português de qualidade duvidosa, cada vez mais desequilibrado e de onde até os patrocinadores e o público começam a fugir.
Não é possível sobreviver apenas comendo folclore mas sempre é uma maneira de enganar a fome. E, quanto mais não seja, sempre nos vamos divertindo um bocado, naquela linha que nos une a todos de caminharmos para o abismo a assobiar para o ar e a empurrar o parceiro do lado.
