Tozé não merece este futebol nem tanta parvoíce
Tozé é um caso raro no nosso futebol.
O médio de ataque formado no FC Porto – aqui na tela do meu bom amigo Fernando Rocha – não só concluiu o secundário com nota 20 como continua a ter a mesma nota dentro do campo.
Domingo, na Amoreira, jogou ao nível de sempre contra a equipa que cedeu 50% dos seus direitos desportivos aos canarinhos. Não tenho dúvidas no lance do penálti e se alguém tem tal só pode ser explicado por uma cegueira congénita. Fabiano foi extremamente imprudente e parecia um peru a correr para uma bola que foi intercetada por uma gazela.
Tozé não só teve a coragem para assumir a marcação do penálti como também não festejou o golo, fazendo um gesto de desculpa na direção dos adeptos portistas. O gesto talvez fosse escusado mas foi o que lhe saiu.
Depois, no túnel, Tozé terá sido insultado por alguém do FC Porto que entendeu que simulou a grande penalidade. Não vamos dar importância a este tipo de coisas pois parto do princípio que quem nos acompanha já tem a vacina em dia.
Mas Tozé mereceu também uma dissertação dos paineleiros do regime. Que viram no seu gesto uma espécie de hipocrisia, sob o argumento de que um profissional é um profissional e não tem de ter sentimentos. Se porventura Tozé tivesse festejado, o mais provável era uma dissertação crítica sobre esse gesto e a ingratidão do jogador.
Tozé só tem de olhar em frente sem medo de tropeçar na estupidez dos fanáticos e na conversa da treta dos que fazem do futebol aquilo que ele não merece ser.