A Dinamáquina de lavar roupa suja
Confirma-se: Paulo Bento tem uma vocação especial para ser o primeiro dos últimos.
Portugal levou um banho de futebol da Dinamarca. O 2-0 final peca por escasso.
A equipa dita de todos nós não teve fibra, raça, comando, determinação e senso.
Custa a acreditar como joga Hélder Postiga quando podíamos chamar quer o Bock quer o Tozé Marreco.
Vamos agora para o play-off mas antes podemos praticar o grande desporto nacional: lavar a roupa suja.
Com isto tudo, o tio Amândio ganhou direito a mais uma viagem. O polvo à lagareiro teima em sair do menú.
A nova direção federativa corre, agora, o sério risco de iniciar o seu mandato sem receitas generosas à vista (8 milhões de prémio de presença mas os patrocinadores e o bónus da Nike). O que pode ser grave.
Nota positiva do jogo de Copenhaga: a exibição do nosso guarda-redes. Quando o gajo que não sabe jogar à bola e que tem de ir para a baliza é o melhor não é preciso dizer mais nada.
Pela sua pertinência, aqui destaco um comentário de um dos amigos deste blogue:
Caro Eugénio, “limpar a roupa suja” é certamente um “desporto” muito praticado em Portugal. Infelizmente, discute-se muito e os resultados dessas discussões não passam do completo nulo.
Em relação ao jogo frente à Islândia, escrevi “impressionante a passividade”. Hoje, poderia fazer exactamente o mesmo. Mas vou por outras: impressionante como a imprensa desportiva quis pôr Eliseu num nível de jogador que, como visto no jogo frente à Islândia (excepto a imprensa, por alguma razão) e neste, está longe de o ser.
Impressionante como Hélder Postiga continua a ser o titular de uma Selecção com o nível que se pretende que a de Portugal seja. Não seria um “jovem” João Tomás melhor, ou sequer mesmo algum jogador das selecções mais jovens, ou mesmo até Nuno Gomes como titular?
Impressionante como Bosingwa não foi convocado para dois jogos decisivos, não só por ser de longe o melhor jogador que Portugal tem naquela posição, mas ainda mais agravante pelo momento de forma fantástico que tem demonstrado ao serviço do Chelsea.
Impressionante como Portugal não tem líder, dentro de campo e fora dele, desde que Luís Figo abandonou a Selecção. O capitão de uma equipa não deveria ser o melhor jogador da mesma, deveria ser o “maior”, se é que me faço entender…
Impressionante as exibições dos dois defesas centrais. Bruno Alves, se calhar com alguma razão, preocupava-se mais em fazer dobras a Eliseu do que a segurar a sua posição. Rolando, quem eu defendi no jogo anterior, foi um desastre…
Impressionante como, estando a perder o jogo, vê-se o capitão da equipa sem qualquer atitude senão atirar-se ao chão sempre que falhava alguma coisa e a dar toques de calcanhar quando se pedia pragmatismo.
Impressionante a reacção, ou melhor dizendo, falta dela, de Paulo Bento.
E como já me cansei da palavra e do esquema que fui repetindo, vou por outro caminho. Não foram só os citados que falharam. Cada um dos jogadores que estiveram dentro de campo têm uma parte da culpa.
Não me interpretem mal, não estou irritado! Fico é, por falta de melhor palavra, “aparvalhado” com este conjunto de factores que hoje contribuíram para a (merecida) derrota de Portugal.