Alan: o preto no branco
Vários autores estrangeiros, entre os quais Martin Page, já classificaram os portugueses como um dos povos menos racistas do Mundo.
Tenha-se em conta que a nossa maior produção é, afinal, o brasileiro, ou, se preferirem, a brasileira.
A Península Ibérica foi durante muitos anos uma terra de três religiões, a que se acrescenta hoje o futebol.
O português saltou das naus e dos galeões para sítios inóspitos e desconhecidos e quando não foi comido vivo, prosperou e procriou.
Os portugueses apenas são realmente racistas quando falam dos portugueses. De resto, pouco se importam, embora Hollywood insista em recuperar aquela história dos negreiros…
Fomos ainda o último país colonizador a abandonar Àfrica e só de lá saímos de livre vontade, deixando ficar o grosso dos diamantes e do petróleo.
Somos um povo generoso e aventureiro. Ficamos azedos quando nos prendem ao nosso pequeno mundo mas quando dele saímos…somos grandes, empreendedores, humanistas, sonhadores…
As nossas lendas falam por nós. Desde as mouras encantadas ao reino de Prestes João. Vivemos flanando embora teimem em colocar-nos os pés na terra.
Avançando.
Vem isto a propósito da acusação de racismo revelada por Alan não a um português mas a um espanhol (para mim são a mesma coisa).
Alan diz que não é preto – mas sim negro.
O jogador do Sp. Braga engana-se.
Alan não é preto nem é negro.
Alan é apenas um ibérico como nós com um upgrade africano. O sangue que lhe corre nas veias é de toureiro, campino, Viriato, D. Quixote, Tira-Dentes e Mdungazwe Ngungunyane Nxumalo.
Não acreditam? Reparem então na mensagem iconográfica do Sp. Braga, com o avançado investido de guerreiro romano. Um verdadeiro latino.
