O Lopes e o mestre da obra
Há nomes que os portugueses têm dificuldade em pronunciar (já não vou falar na conjugação dos verbos…) mas Lopetegui deixou de ser um.
Compreende-se. Há quem trate o mais velho país da Europa como Basco ou Vasco. E não apenas no Porto, onde há um problema com os bês e os vês.
O treinador do FC Porto tem direito à sua indignação e acredito que a terá manifestado logo na primeira vez que abordou Jesus, antes do início do jogo. Mas JJ não percebeu. É difícil, convenhamos, entender um basco que fala castelhano, é assim a modos que estar ouvir o Mourinho falar italiano para ingleses. E depois há o problema dos perdigotos.
A verdade é que Lopetegui conseguiu dar sal a um clássico sem sabor. O futebol também é isto e por isso não entendo a moralização da questão. Mas, lá está, os moralistas são os maiores oportunistas.
Tem agora Jesus a oportunidade de mostrar a Lopetegui que pode não ser um bom pronunciador de basco mas é certamente um bom treinador. Para já tem de, em plena Festa das Cruzes, em Barcelos, depenar o galo, na certeza de que ainda terá de passar pela cidade onde nasceu Portugal, o que não é bem a mesma coisa que a cidade que deu nome a Portugal, mas que é parte interessada nesta história.
O Benfica tem o “bi” na mão mas tem de saber apertar essa mão. Parece que desta vez os encarnados estão concentradíssimos e avessos a euforias precipitadas. Uma visita a um cantinho do museu do FC Porto antes do jogo de Barcelos era capaz de não ser má ideia.
Quanto ao ofendido Julen, no passa nada, pelo menos enquanto os Super Dragões estiverem imbuídos de um verdadeiro espírito natalício.
Agora peço-vos um aplauso pois consegui não fazer piadas com o nome “Lopetegui”.
