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Quem ganhou estas eleições na Liga? Bem, o melhor será mesmo perguntar: quem as perdeu? A candidatura de António Laranjo estava motorizada pelos três grandes do nosso futebol, que garantiam o arra..." /> O chito - Bola na Área - Record

Bola na Área

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O chito

12 Janeiro, 2012 930 visualizações

Quem ganhou estas eleições na Liga?

Bem, o melhor será mesmo perguntar: quem as perdeu?

A candidatura de António Laranjo estava motorizada pelos três grandes do nosso futebol, que garantiam o arrastamento de uns tantos clubes ditos aliados e ainda influência ao nível da 2.ª Liga.

Laranjo parecia ter o caminho aberto para a sucessão a Fernando Gomes, garantindo ao presidente da FPF uma cooperação à prova de bala entre a Liga e a sua mãe, tanto mais que o presidente da Liga, por inerência, é também o primeiro vice do executivo federativo.

Mas o advogado Mário Figueiredo apareceu na corrida. Nem os jornalistas que costumam cobrir a atualidade da Liga o conheciam bem. Rapidamente, porém, Figueiredo se deu a conhecer. Sobretudo pelo desassombro que revelou no combate aos status quo dos direitos televisivos, falando de um MONOPSÓNIO que é preciso combater.

Se Figueiredo era quase um desconhecido mesmo para quem costuma ir à Liga, a verdade é que os clubes conheciam-no bem. Não precisaram, por isso, de cartões de apresentação. Para pouco depois ficarem também em geral convencidos por um projeto que promete mais receitas para os clubes do meio e do fundo da tabela, tratando com carinho também os clubes da 2.ª Liga.

Figueiredo apontou ainda a espada à Olivesdesportos. Fê-lo, na parte que me toca, sentado no seu gabinete, no escritório de advogados dirigido por Adelino Caldeira (administrador do FC Porto) e de Gil Moreira dos Santos (defensor de Pinto da Costa no processo Apito Dourado).

Estamos habituados a confundir as coisas e a encontrar jogos de influência um pouco em todo o lado. E aqui, confesso, não é difícil cair na tentação.

No entanto, apesar deste facto o FC Porto continuou a apoiar Laranjo e os seus aliados diretos também. Mário Figueiredo acabaria por ganhar as eleições e com um resultado surpreendente: 27-21. Conquistou os votos de 9 clubes da 1.ª Liga e de outros tantos da 2.ª Liga. Chegou e sobejou.

Dirão agora as más línguas que ganhou estas eleições quando prometeu o alargamento de 16 para 18 clubes da 1.ª Liga, já na próxima época. Com isto livrando desde já de apuros quem tem poucos pontos na tabela classificativa. Olhando para a mesma, verifica-se que o 1.º, o 2.º, o 3.º, o 4.º, o 7.º, o 9.º e 12.ª classificados votaram em Laranjo. Ajuda a explicar a teoria mas provavelmente também patrocina uma visão redutora.

Na minha modesta opinião, Figueiredo contou também com um aliado de peso: António Oliveira. A entrevista que o ex-selecionador nacional deu à RTP, sábado à noite, apenas confirmou o que Mário Figueiredo andava a defender em relação à negociação dos direitos televisivos.

Um novo “player” está prestes a entrar neste terreno. Joaquim Oliveira vai ter de se superar para manter de pé o MONOPSÓNIO de que fala Mário Figueiredo. Num momento em que é grande a expetativa em relação ao posicionamento da FPF em relação a esta “nova” Liga, onde o poder foi entregue sobretudo pelos clubes pequenos e da 2.ª Liga a um advogado de 45 anos que tem um problema muito sério: estudou e conhece muito bem o que se passa noutras Ligas e por isso não se deixa enganar facilmente…

O chito anunciado por António Fiusa pode ser muito mais que um fait-divers. O futebol português pode estar à beira de uma verdadeira mudança de paradigma.

Veremos agora como os derrotados digerem este resultado. Temo o pior.