Jesus no Play Off. Não foi uma entrevista, foi uma ida ao cabeleireiro
Está na moda os protagonistas do futebol apenas se disponibilizarem para entrevistas em programas de paineleiros.
Obviamente, chamar entrevistas a este tipo de coisas é um exagero e ofende um dos géneros mais nobres do jornalismo.
O que se viu no “Play Off” foi tudo menos uma entrevista – não passou de uma conversa de amigos. Com a exceção de António Simões, que tratou sempre JJ por “meu amigo”, a informalidade imperou e salvou-se a inspiração de Rodolfo Reis para colocar o agora treinador do Sporting entre o Bruno e o Carvalho.
Fiquei sem saber a verdadeira razão que levou Jesus a trocar o Benfica, onde era um ídolo, pelo Sporting. E, sinceramente, é lamentável que o Palermo se tenha esquecido de lhe formular um convite.
Também não ouvi JJ a comentar o que Quaresma disse quando falou de ele e de Mourinho.
JJ, já se sabe, tem um ego imenso e mais uma vez este o traiu pois disse sobre o Sporting que está a construir aquilo que não devia ser dito já. Mas lá está: JJ não consegue resistir quando lhe afagam o ego.
JJ não é um alienígena como treinador. Provavelmente temos por aí muitos outros melhores. Mas tem indiscutível mérito. Tem também muitos amigos. E pelo menos nas próximas quatro semanas, até a bola começar a pinchar, como se diz aqui na terra, vai poder continuar a olhar para o espelho e a não ver ninguém melhor.