França-Portugal: entre o desastre e a esperança
Com todos os revoltados de novo na Bounty, perante o aplauso geral mesmo de muitos daqueles que andaram com Paulo Bento ao colo (um deles até terá sido o próprio Fernando Santos), Portugal chegou a França disposto a enterrar bem fundo o passado (como se o passado, que nos levou a todas as fases finais, fosse especialmente vergonhoso).
Perante uma França que renasce, cheia de talentos, Portugal esteve à beira do desastre mas salvou-se com honra e até deu para acender uma luzinha de esperança.
A França dominou, teve mais oportunidades, os seus jogadores manobraram com facilidade na nossa linha defensiva…mas Portugal também ripostou não apenas quando a bola chegava aos pés de Ronaldo e este dançava à sua frente.
O penálti, batido por Quaresma de olhos fechados, deu-nos o alento que nos faltava mas o jogo valeu sobretudo pela entrada do miúdo João Mário. E continuo sem perceber tantas críticas sobre Eliseu pois era o único indiscutível neste jogo contra a França. Imaginem o que não seria a França ter à sua disposição um Belém e não o utilizar contra Portugal. Seria quase uma golpe palaciano. Não sei o que vai dar esta seleção de Fernando Santos no reino da Dinamarca. O que se viu perante a França foi animador e não foi. Confesso que fiquei confuso mas esse provavelmente é o meu estado natural…
Quanto aos nossos emigrantes em França – que não merecem a condescendência com que são tratados sobretudo no serviço público de televisão e rádio… -, desta já se livraram. Amanhã sempre podem ir trabalhar com um sorriso nos lábios pois não é todos os dias que a França não consegue expulsar um cigano.