Seleção de Bento já deu o que tinha a dar (novo vídeo)
A derrota frente à Albânia, potência futebolística secundária dos balcãs, foi apenas mais um episódio da saga de Paulo Bento na seleção nacional. O antigo treinador do Sporting está longe de ser um treinador de primeiro linha. É uma figura simpática sobretudo para quem está no poder, não arrisca nada no campo e fora dele e enquadra-se, portanto, no tal perfil que dá muito jeito a muita gente.
A seleção de Paulo Bento nunca foi a seleção dos portugueses e muito menos a do próprio Paulo Bento. Este selecionador até nos faz ter saudades de Scolari, como se sabe um treinador banal mas um motivador excecional.
Paulo Bento representa o sonho do rapaz suburbano que conseguiu vestir a camisola da seleção nacional e jogar nos principais clubes e que como treinador do Sporting ficou sempre à frente do Benfica mas atrás do FC Porto.
O tempo de Paulo Bento na seleção esgotou-se há muito e não devia ter ido para o Brasil com o contrato renovado. Foi um erro de palmatória de Fernando Gomes, a não ser que no novo contrato exista uma cláusula salvadora.
O extraordinário trabalho que está a ser feito por Fernando Gomes e pela sua equipa (quase toda vinda da Liga) na Alexandre Herculano não merecia ser posto em causa pelos resultados desportivos da equipa nacional. Mas está.
Ninguém põe em causa a qualificação de Portugal mas a questão que se coloca é outra: os portugueses (e foram 23 mil os que estiveram em Aveiro, fruto de um grande trabalho de promoção do jogo) estão a desligar-se da seleção e, pior, como hoje pode ser apreciado nas redes sociais, transformaram-na em motivo de chacota.
É certo que vivemos numa sociedade onde os movimentos de rutura são raros. Em regra luta-se pela preservação do “status” mas também isto tem limites. Não se resolvem doenças com paliativos nem com analgésicos. E a seleção nacional está doente, precisando de ser expurgada de quem já lhe deu o que tinha a dar e de quem lá chega por recomendação especial.
A seleção nacional precisa de um treinador que tenha a sua carreira feita e que não atenda determinadas pessoas. Ou seja, precisa de, como diz o povo, alguém que “os” tenha no sítio e que responda a perguntas quando os jornalistas fazem as perguntas que o povo que paga a seleção quer fazer. Porque é precisamente nas horas más e nas conferências de imprensa de deve haver coragem para ir ao fundo das questões e não em jantares em sítios de luxo com as eminências pardas do regime.
Ontem, como todos viram, mais uma vez Paulo Bento escondeu-se atrás de quem o protege. Preferia que se tivesse irritado a sério e tivesse atirado com o microfone aos jornalistas – seria pelo menos sinal de que o Paulo Bento da meia-final com a França estava de volta…