Quaresma não tem lugar na organização de Lopetegui
Por muito que nos custe vivemos num mundo hierarquizado.
Podem argumentar que o desporto da moda no mundo do trabalho é o team building mas a verdade é que tudo continua a funcionar como funciona há muitos anos, ou seja, há sempre uma hierarquia para respeitar, digamos, uma organização.
Tal como as formigas, de que se distinguem por ter uma menor capacidade de trabalho mas uma significativa maior inteligência, os homens são gregários e a ilusão de harmonia apenas se consegue através do uso de fórmulas básicas.
Na parte que me toca demorei um bocadinho a perceber que não ia lá apenas com as minhas ideias e antes de tal acontecer bati muitas vezes contra o muro.
Podemos não gostar mas é com isto que temos de viver.
Ricardo Quaresma ainda não percebeu que é assim. Lopetegui foi rápido a apontar-lhe o caminho. Já aqui tinha dito, a propósito do jogo de estreia do FC Porto no campeonato, que o RQ 7 trazia caos à organização do FCP de Lopetegui. Em Lille ficamos a saber que é um pouco mais que isso. Ricardo ferve em pouca água e precisa de perceber que nem o CR7 é insubstituível – quando acabar, outro ídolo se levantará.
Acho que ainda há margem de manobra para Quaresma permanecer no FC Porto mas também acredito que mais tarde ou mais cedo a corda vai voltar a partir. Também no futebol a organização e o coletivo prevalecem sobre a personalidade e o criativo. Os fenómenos de genialidade são episódicos e muitas vezes estão mal identificados.