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É hoje que Portugal entra em ação. Bem, Portugal está sempre em ação, se bem que seja incerto o momento em que começou a ser Portugal. Tomemos como referência a batalha de S. Mamede, no dia de S. ..." /> Dia de Portugal - Bola na Área - Record

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Dia de Portugal

16 Junho, 2014 659 visualizações

É hoje que Portugal entra em ação.

Bem, Portugal está sempre em ação, se bem que seja incerto o momento em que começou a ser Portugal.

Tomemos como referência a batalha de S. Mamede, no dia de S. João de 1128, deixando de lado o tal milagre de uma Ourique incerta (em 1139) ou a bula do Papa Alexandre III em 1179 pois certamente foi conseguida através de suborno. Havia que considerar ainda o célebre tratado de Zamora, em 1143, mas o melhor é mesmo não complicar o que já não está fácil.

No fundo, isto explica a complexidade de uma das mais velhas nações da Europa e a mais antiga com as suas fronteiras continentais definidas.

Um povo que tem o mar à porta e que consome vorazmente um peixe vindo do distante mar do Norte, o tal povo que segundo os romanos não se governava nem se deixava governar embora produzisse as melhores conservas do mundo conhecido de então, o mesmo que passou além da Taprobana por mares que por acaso eram navegados mas não é isso que conta, bem, esse mesmo povo hoje vai rever-se numa equipa de futebol representada por um brasileiro naturalizado, por uns tantos rapazes cujos pais são originários das nossas antigas colónias em África, por um moço que nasceu no meio do Atlântico mas que tem por apelido Aveiro e cujo nome homenageia Cristo e um presidente dos Estados Unidos que se celebrizou antes em filmes de cowboys e, claro, pela síntese do António Variações e do Dragão de Comoro.

O treinador, como todos sabemos, é aquele rapaz que ficou quatro épocas em 2.º lugar no Sporting mas isso também pouco interessa pois pior que o Carlos Queiroz não pode ser e este último até está de castigo a treinar a seleção do Irão.

A verdade é que este jogo e os dois que se seguem vão ser disputados no Brasil.

Ora, o Brasil é A Criação de Portugal e dos portugueses. Para além de tudo o que está à vista (o escrete, as mulatas, Vinícius, o Chico Buarque, a Xuxa, a Sónia Braga – sempre! -, a caipirinha e porventura o Jorge Amado – vamos fazer de conta que o Paulo Coelho não existe, ok?), o Brasil é o resultado da gesta lusa e apanhou o que de pior e melhor os portugueses têm para dar. Ok, havia por lá uns tantos índios, uns milhões de negros foram importados de África e até alemães tentaram a sua sorte no país do samba e do futebol. Mas fomos nós que demos o pontapé de saída e fomos responsáveis pelo primeiro fora de jogo. Não se esqueçam ainda que D. João VI, no século XIX, pirou-se para o Brasil porque pressentiu que o seu filho Pedro tinha um grito para dar nas margens do Ipiranga, um rio insignificante num país que tem o Amazonas mas, pronto, foi o que estava mais à mão.

Para não me alongar mais, até porque estou de férias e o Verão plantou-se até no Cabo do Mundo, só queria dizer que acredito nos nossos rapazes. O facto de o cozinheiro continuar a ser o Hélio Loureiro ajuda um bocadinho mas dá para sentir que a malta está com fé. Sobretudo o tal rapaz perna longa que namora com uma russa com lábios de mulata e que apesar de poder ter todo o mundo por sua conta continua a preferir andar de jet ski na albufeira do Gerês.

Portanto, hoje, às 17 horas, o país, com licença, vai parar para ver a seleção nacional a andar.

O facto de o nosso adversário se chamar Alemanha não é relevante. Quando ando 200 metros na direção do mar que tenho aqui à frente e olho para Oeste penso sempre no U-Boat que atracou bem perto da praia onde D. Pedro – de quem já aqui se falou – desembarcou com os seus bravos para dar conta do irmão Miguel e cujo capitão afundou o submarino antes de se render a um pais que nem sequer tinha entrado na II Guerra Mundial e cujo maior dano até à data infligido aos teutónicos tinha sido o “roubo” de um barco carregado de antiguidades egípcias. Com isto até já dei uma certa importância ao nosso principal investidor.

Força, Portugal. Estamos a jogar em casa. No melhor país do Mundo só nós é que gritamos e se não for assim juramos que mudamos o nome do Ipiranga para Guadiana.