Do mérito dos treinadores
O campeonato português é provavelmente um dos mais desequilibrados da Europa.
O fosso entre FC Porto e Benfica e os outros é uma espécie de vala comum onde até o grande V. Guimarães corre(u) o risco de cair.
Por isso, quando um treinador como Paulo Fonseca consegue o feito de levar uma equipa como o Paços de Ferreira ao playoff da Champions…é proeza.
Mas proeza, proeza seria termos um campeonato onde o 1.º e o 2.º classificados não terminassem a prova apenas com uma derrota e resultado de um jogo entre estas equipas.
Não quero beliscar o mérito do treinador jovem de elevado potencial que é Paulo Fonseca mas não me parece que o que conseguiu na época finda fosse melhor que a performance do “velho” Henrique Calisto. O treinador agora em Angola pegou na equipa bem no fundo da tabela e acabou o campeonato com toda a tranquilidade, entregando ao seu sucessor um bom plantel e uma equipa moralizada.
O futebol hoje é feito de ondas. De correntes oceânicas. De influxos e impulsos. Todos procuram um novo Mourinho mas só o FC Porto encontrou um. Por isso procura um terceiro. É um desígnio ingrato para quem chega mas ao mesmo tempo um desafio.
Paulo Fonseca não chega à tal cadeira de sonho com um currículo extraordinário – quem o tem, de que é exemplo Jaime Pacheco, campeão no Boavista, não tem mercado por cá… – mas tem a possibilidade de afirmar como um treinador com mundo. Não vai ganhar nem metade dos 4 milhões de euros que Jesus ganha no Benfica mas vai ter, certamente, o apoio de quem interessa e provavelmente de quem também apareceu na fotografia da praxe.
Penso eu de que.