Ninguém cala o Calabote
Todas as épocas, mais tarde ou mais cedo, o antigo árbitro Inocêncio Calabote – um nome apropriado, tal como o de Ricardo Epifânio, esse inefável presidente dos movimentos dos movimentos que hoje vi na TV enquanto comia regueifa com manteiga – vem à colação. Desta vez foi invocado por António Salvador, presidente do Sp. Braga, que não era nascido quando o “caso Calabote” aconteceu.
Calabote já devia ser sinónimo de aborrecimento mas o nome teima em andar na boca quase de toda a gente, a propósito da prorrogação excessiva de um jogo do Benfica numa época em que o FC Porto foi campeão.
O caso foi dissecado, recentemente, num livro que recomendo. Posso não concordar com o registo talibânico mas aprecio sempre ler um livro bem escrito, como é o caso deste, da autoria de João Queiroz (não, não é meu parente).
De que se queixa agora António Calabote, perdão, António Salvador? Sobretudo da expulsão “cirúrgica” de Paulo Vinícius, no final do Sp. Braga-V.Setúbal. Pensei que era o caso sério mas vistas as imagens…não me parece que Duarte Gomes tenha exagerado. A lei é clara: quando há uma falta sobre um jogador que se isola, impõe a cartolina vermelha.
O problema é outro. O Sp. Braga tem dois centrais lesionados – Douglão e Nuno André Coelho – e para a receção ao Benfica fica só com um – Haas, que até esteve para ser dispensado – e tem de recorrer ao jovem Aníbal Capela. Qual é problema? Olhem para o lado e vejam o que está a acontecer no V. Guimarães, obrigado a lançar os seus jovens e com resultados à vista. Será bem melhor que olhar para o passado distante e tomar as dores que não são nossas ou se calhar até são.
PS – Parece que há outro problema pois um dia Duarte Gomes declarou-se benfiquista. É um pecado grave, sim senhor, pois todos os árbitros devem ser ou do Arrentela ou do Rio Tinto.