O xito ao Boavista
Em julho de 2008, o Conselho de Justiça da FPF reuniu na Alexandre Herculano, em Lisboa, e, com base em dois processos, decidiu despromover o Boavista.
Nessa reunião não participaram nem o presidente do CJ nem um dos vice-presidentes, que abandonaram a sala e deram por encerrada a reunião. Mas esta continuou e houve deliberações.
O FC Porto perdeu 6 pontos e não contestou a decisão, Pinto da Costa foi suspenso e recorreu. O Boavista foi condenado à pena de baixa de divisão e João Loureiro punido com 4 anos de suspensão.
O Boavista contestou de imediato, alegando que as decisões eram ilegais pois a reunião do CJ tinha sido encerrada pelo seu presidente.
A FPF pediu um parecer a Freitas do Amaral e este considerou que a reunião era válida.
A FPF validou as penas e despromoveu o Boavista por coação sobre árbitros.
O Boavista contestou de novo enquanto o FC Porto batalhava no TAS para não ser afastado das competições europeias.
Um ano depois, um CJ transitório reuniu para decidir um dos processos relativos ao Boavista que não tinha sido decidido na reunião de julho de 2008 porque o seu relator, Elísio Amorim, se tinha retirado.
O Boavista ganhou esse processo, relativo a um jogo com o Belenenses.
No acórdão desse processo estabelece-se, porém, um cúmulo jurídico para João Loureiro, que vê o seu castigo reduzido para dois anos, e mantém-se a sanção de baixa de divisão para o Boavista. Mas mantém porquê? Se a sanção já tinha sido aplicada anteriormente e até foi defendida com unhas e dentes pela FPF com o tal parecer que, diz-se, custou 80 mil euros?
Não estava já o Boavista na 2.ª divisão quando aconteceu esta 2.ª reunião?
É possível haver duas decisões sobre um processo na mesma instância da justiça desportiva?
Bem, uma coisa é certa: alguém preparou este alçapão jurídico onde o Boavista até pode cair.
Falta saber se o regabofe vai continuar e se o xito se vai confirmar.
