Napoleão, Hitler e Paulo Bento
A coisa não começou bem.
Começou com Paulo Bento a cantar de galo, com aquela frase sobre a chatice que são cinco horas de voo até Moscovo.
Os tiques arrabaldistas de Bento são difíceis de perder. É provável que desconheça a grandeza da história da mãe Rússia. Não é propriamente uma país qualquer e, por isso, a sua seleção, mesmo que formada por 11 matrioskas, será sempre forte.
O resultado está à vista: derrota e Rússia a 3 pontos de distância, assumindo-se como grande candidata à qualificação direta.
Não será uma novidade. A especialidade de Bento, o da boa Imprensa, é mesmo o primeiro lugar dos últimos.
Para além de tudo isto, confirmei hoje aquilo de que já suspeitava: os comentadores em geral usam paninhos quentes quando chega a hora de criticar as opções de Paulo Bento. Por muito menos caíram sete cães em cima de Scolari. Mas lá está: o homem tem boa Imprensa e as viagens com a equipa de todos nós são sempre interessantes.
Não critico neste jogo as opções de Paulo Bento, apenas ponho em causa a forma como abordou o jogo. Apesar de estar no 3.º lugar do ranking da FIFA, Portugal não é propriamente a terceira melhor seleção do Mundo.
Recorde-se que Napoleão e Hitler – só para citar dois exemplos – tinham tudo controlado antes de decidirem jantar em Moscovo. E no caso do imperador francês nessa altura uma viagem até lá não demorava propriamente cinco horas e o catering era miserável mesmo na tenda do imperador.