Jogos Olímpicos: o fadinho do costume
Só fiz a cobertura de uma edição dos Jogos Olímpicos. Barcelona, 1992.
Tive sorte!
Portugal saiu de lá com zero medalhas (mesmo com o hóquei em patins a competir) mas passou por lá o verdadeiro Dream Team e as cerimónias de abertura e de encerramento foram estrondosas e irrepetíveis.
Agora, em Londres, corremos o risco também de sair da competição sem medalhas, embora ainda acredite que o remo e a canoagem podem dar-nos uma alegria.
Falando do remo, ficamos hoje a saber que o treinador da dupla portuguesa que disputa uma das finais não recebe há dez meses. Isto depois de conhecidos os problemas da velejadora luso-brasileira que se queixou de falta de apoios em alto mar num momento em que está grávida de três meses.
Obviamente, os responsáveis lusos da missão olímpica tudo desmentiram e apressaram-se a anunciar medidas punitivas.
É o costume. De quatro em quatro anos temos de ser confrontados com estes dirigentes de elite que ninguém conhece e que exigem muito mas nos dão muito pouco.
A verdade é que Portugal não investe seriamente nas missões olímpicas. O dinheiro aí investido é pouco, as federações tentam puxar a brasa à sua sardinha, a divulgação das respetivas modalidades é tudo menos apelativa e, claro, sem um plano concertado, sem um investimento dirigido e sem dirigentes profissionais…nada feito.
É por aí que surge a história do tal país pequenino de dez milhões de habitantes.
Seja.
Mas sempre que gostava que o Borat me explicasse por que razão o Cazaquistão já conquistou 3 medalhas e todas de ouro.