Sporting: o luto continua
No meu tempo da escola primária, o Queixinhas estava abaixo do Caixa-de-Óculos que era eu.
Era reconfortante não ser o último da cadeia alimentar da crueldade dos putos…
O Queixinhas era aquele que nos denunciava quando fumávamos um cigarro atrás dos muros ou quando jogávamos futebol no cemitério. Normalmente não era convidado para as festas de aniversário e mais tarde ou mais cedo era emboscado no mictório (o resto não conto).
Pois bem, o futebol português tem o seu Queixinhas – o Sporting.
O clube leonino começou a época mais uma vez a queixar-se dos árbitros e sofreu a humilhação de ver um jogo seu apitado por um árbitro de 2.ª categoria e de ver o árbitro que levou de Lisboa ficar à porta do balnerário. E o Idalécio Martins até esteve bem…
<p>Agora, eis de novo o Sporting a queixar-se de um árbitro, inflamado com a forma como este se comportou dentro e, presume-se, fora do campo. A queixa já seguiu com destino a Vítor Pereira…
O Sporting é ainda aquele clube que durante alguns anos patrocinou uma espécie de serviço de espionagem aos árbitros, mantendo em ação uma equipa que tratava de saber tudo sobre a vida dos árbitros nomeados para os seus jogos. A situação foi confirmada pelo autor dos mesmos relatórios.
O Sporting foi também aquele clube que um dia decretou luto por causa das arbitragens.
De queixinha em queixinha, o clube de Alvalade apenas vai cavando mais fundo o buraco onde se quer meter. Não pior outsider que aquele que gosta de o ser.