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O convénio (algures em Canal Caveira)

3 Novembro, 2011 721 visualizações

Realizou-se mais uma edição do Convénio, algures em Canal Caveira, hoje apenas um posto abandonado em nenhures, outrora ponto de paragem obrigatória de carrinhas de distribuição de jornais e de dirigentes desportivos e árbitros.

No único restaurante que ali se mantém aberto, para camionistas e turistas que se enganam no caminho, reuniu-se mais uma vez a fina nata do desporto nacional, sob a presidência de Deus todo-poderoso, criador do Universo e por inerência do iPad.

– Está aberta a assembleia, disse Ele.

– A assembleia? Oh não, por favor, mais uma assembleia não – gemeu Milo.

– Tranquilo, não vamos falar de contas – atirou Deus. Vamos falar apenas das eleições para a FPF.

– Então vou já embora pois não tenho nada a ver com isso, argumentou o Costa.

– Tu está é calado pois tens tanto a ver com isto como eu com a criação do Mundo, gritou Deus e sua santidade na Terra meteu a viola no saco e sacou dos auscultadores para ouvir a Bola Branca.

– Eu não não meto foice em Seara alheia, fez-se ouvir Vieira.

– Outro! Isto é cada Coelho cada melro. Mas pensais que eu ando aqui a dormir, olhem que só há um domingo de sete em sete dias…

– Perdoa-nos, no fundo somos fruto do teu talento, sugeriu Gomes.

– Tondela nada tem a ver com isto, acrescentou Marta.

Deus irritou-se de novo e sabe-se como isso é perigoso (pelo menos há registo de uma tromba de água em Lavra).

– Está por acaso aqui o delegado da Associação de Futebol de Portalegre?

– (…)

– Tenho de repetir a pergunta?

– (…)

– Bem, mau Maria, têm 5 segundos para responder caso contrário acabo com esta m… que inventou há c… de anos.

– Tenho aqui o telemóvel dele.

– Eu tenho o e-mail.

– Por acaso é meu amigo no facebook…

(não deu para perceber quem respondeu)

Deus deu por encerrada a sessão:

– Vão em paz e que ganhe o melhor. Dêem cumprimentos ao Gilberto e façam-lhe uma estátua. Mas nada de arte contemporânea. Uma coisa simples mas vestido.

– Senhor, ele vai ser presidente honorário…

– Caluda! Isto é uma reunião sagrada, não falem em honorários.