O Jorge, o Nuno e o Pinto da Costa
Tirando a dispensável vénia ao patrão e a entrevista que se seguiu ao diretor que nada tinha para dizer, Ricardo Couto conseguiu fazer uma boa entrevista a Pinto da Costa. O Ricardo Couto nasceu para fazer “talk-shows” e, apesar das imitações inevitáveis aos grandes do género, consegue superar a falta de meios com o seu à vontade, a sua cultura geral e o jeito natural para a coisa. É um caso sério no género que só por descuido se quedará pelo Porto Canal.
Quanto à entrevista, não revelou novidades mas mostrou um Pinto da Costa que conseguiu descontrair e que até se confessou surpreendido por algumas das informações com que foi confrontado. Ricardo Couto não deixou que o discurso do presidente portista derivasse para as queixinhas do costume e o registo intimista manteve-se até ao fim. Só faltou mesmo falar dos amores de Pinto da Costa mas esse é um tema que provavelmente o líder e criador dos dragões não quereria abordar. Parece que o canal tem um programa mais adequado para tal.
Não acredito que o Porto Canal consiga afirmar-se como uma referência da comunicação social nortenha precisamente por estar muito mais que conotado com o FC Porto. Mas acredito que o FC Porto consiga fazer ali um bom canal televisivo, apesar das reservas quanto aos objectivos genéricos, confusos, pindéricos e absolutamente estéreis revelados logo a seguir pelo meu antigo colega Domingos Andrade. Quer-me parece que a direcção do Porto Canal ainda está à procura do seu “target” mas é bom que enquanto o faz opte por alguma contenção, poupando-nos a um espectáculo penoso, como o que se seguiu à entrevista de Pinto da Costa. Não havia necessidade.
