Saída de AVB empobrece o nosso futebol
Hoje tivemos um desfile de treinadores portugueses, de Paulo Bento a Jesus, passando por Domingos o paciente, a validar a decisão do Visconde de Guilhomil ao aceitar a proposta milionária do Chelsea. Tudo bem. Mas acho que se cai um bocado no exagero quando se diz que esta transferência é um orgulho para o futebol português. Não é.
Não é nenhum orgulho verificarmos que o amor clubístico, mesmo quando muito cantado e reclamado, é algo que pertence ao passado.
Não é orgulho sentirmos que mesmo os nossos clubes grandes estão expostos às grandes cadeias de lavandaria que se dedicam também ao futebol.
Não é um orgulho perder bons treinadores.
Não é um orgulho perder jovens bons treinadores.
Não é um orgulho sentirmos que somos apenas os fornecedores dos grandes hipermercados da bola.
Mas é o que temos. Seria bom, no entanto, que nestas alturas em que o nosso PIB não aquece nem arrefece com os negócios da bola sentirmos que não somos aquela país falido e que é a anedota dos finlandeses e de outros “eses”.
Talvez seja essa a nossa sina. Pequenos e bons mas incapazes de explorar esta grandeza. Quem não nasceu para ser rico…