Câmara de Matosinhos compra dois estádios
Foi noite de casa cheia na assembleia municipal de Matosinhos. O caso não era para menos. Na ordem do dia havia um ponto, por sinal o 13, sobre a municipação dos estádios do Leça e do Leixões, dois clubes com histórico na I Divisão.
Pela primeira vez desde que nasci vi os sócios e adeptos do Leixões e do Leça de acordo.
O plano estratégico proposto por José Guilherme Aguiar, vereador do PSD que integra o colégio executivo à revelia da sua direção partidária, contempla outros investimentos mas no essencial “salva” os dois principais clubes do concelho, que necessitam urgentemente de oxigénio.
No caso concreto do Leça FC, o estádio estava penhorado e a municipalização resolve o problema imediato mas eventualmente deixa o principal credor do clube, o antigo presidente Manuel Rodrigues, de mãos a abanar.
Quanto ao Leixões, o clube garante uma prestação mensal da autarquia na ordem dos 130 mil euros e fica sem os encargos inerentes à manutenção do estádio.
A votação foi pacífica mas a oposição contestou o facto de a autarquia, em tempo de crise, investir 30% do seu orçamento (6,36 milhões de euros) em equipamentos desportivos. Guilherme Aguiar deu o peito às balas e justificou as medidas tomadas enquanto o presidente da câmara, Guilherme Pinto, acabou a assembleia a chorar a propósito de um leixonismo que alguns ousam contestar.
Com isto tudo, Leça e Leixões respiram de alívio. Mas não resolvem todos os seus problemas.