Xistra: a 3.ª escolha
Hoje soube-se, através de Carlos Esteves, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF, nas páginas de A BOLA, que Carlos Xistra foi a 3.ª escolha para o Benfica-FC Porto da Taça de Portugal. Tentámos ontem obter declarações suas mas o líder do CA da FPF mostrou-se magoado com uma notícia do Record desse dia que dava conta de um engano na nomeação de Pedro Proença para este jogo e também do facto de normalmente o seu nome ser esquecido quando o nosso jornal cobre assuntos de arbitragem. Situação que respeitamos, obviamente. O que nos diz, então, Carlos Esteves? O experiente dirigente da arbitragem, que sobreviveu ao Apito Dourado, sendo o único elemento do então conselho de arbitragem que não foi constitutído arguido, revela que primeiro falou com Olegário Benquerença e com o psicólogo do mesmo e que encontrou um árbitro “muito triste, aborrecido e abatido” que lhe pediu para não ser nomeado. O que não se compreende pois estamos a falar do nosso único árbitro de “top class” e de alguém que ainda há poucos dias apitou um grande jogo europeu. Seguiu-se Pedro Proença. Esteves estava determinado a não seguir a regra de não nomear árbitros das associações dos clubes envolvidos pois no regulamento de arbitragem da FPF não há, ao contrário do que se pensa, qualquer impedimento nesse sentido. Ao que tudo indica, quando Esteves nomeou Proença já a Liga o tinha nomeado, poucas horas antes, num e-mail dirigido à FPF, para a final da Taça da Liga! O caso esteve tremido e até Fernando Gomes, presidente da Liga, foi metido no barulho. Gomes pediu a Esteves para resolver o problema e disse-lhe que estava a ser pressionado.
Carlos Esteves tem um largo percurso no futebol e toda a gente sabe que não se deixa pressionar. Mas desta vez parece-me que lhe conseguiram dar a volta. Alguém não queria ver Pedro Proença, assumido benfiquista, sócio com as quotas em dia, na meia-final da Taça de Portugal.
Vá-se lá saber porquê.