ESQUECERAM-SE DE CAIO APULEIO DIOCLES
Quando esta quinta-feira se soube que Putin não ia estar em Zurique ficámos todos a perceber que a candidatura ibérica já era.
Já foi.
A Rússia irá organizar o Mundial 2018. Por muito que nos custe, foi uma decisão prudente desses senhores do comité da FIFA que têm estado no centro de uma história de subornos que não interessa para nada porque, como todos sabemos, “o futebol é mesmo assim” (onde é que já vimos este filme?). A candidatura ibérica foi uma espécie de fuga para a frente de dois países falidos. Dois países que ninguém sabe onde estarão em 2018. Sobretudo o nosso. José Sócrates foi à procura do balão de oxigénio que o podia pôr pelo menos a respirar. Mas já todos sabemos que o primeiro-ministro “morreu” e é provavelmente o único que desconhece a notícia do seu óbito político. Quanto mais não seja, esta candidatura ibérica recuperou uma ideia antiga que três Filipes tentaram concretizar e que acabou numa defenestração comemorada no passado dia 1 de Dezembro. Somos todos “hispânicos” ou “ibéricos”, tal como o famoso Caio Apuleio Diocles, referido no “Liber Fidei” como o primeiro herói desportivo português, apesar da incertitude vaga de uma origem hispânica. Ora bem, penso que faltou à nossa candidatura uma referência a este condutor de quadrigas que viveu no século II d.C. . Diocles somou tantas vitórias em Roma que até lhe construíram uma estátua! É que o nosso primeiro herói olímpico acabou a sua carreira de 24 anos na equipa dos “russati”.
