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ARQUIVOS DO APITO DOURADO (1)

27 Outubro, 2010 3215 visualizações

Recuperando alguns textos editados no Record a propósito do processo Apito Dourado…

Afinal, o processo Apito Dourado não apanhou apenas dirigentes de clubes do Norte a pedir árbitros para os seus jogos. Embora de forma indirecta, através de João Rodrigues, o Benfica também quis escolher os seus árbitros. Mas nenhum destes pedidos deu origem a qualquer processo, nem sequer no grande dossier relativo a uma eventual viciação da classificação dos árbitros, ainda em análise pela equipa de Maria José Morgado.

As intercepções telefónicas, que são imensas, dão conta de diversos tipo de pressão do Benfica, na época de 2003/2004, no sentido de contar com árbitros do seu agrado. Aliás, até era convicção de alguns presidentes de clubes da I Liga, como era o caso de João Bartolomeu, que foi Luís Filipe Vieira quem colocou Luís Guilherme na presidência da Comissão de Arbitragem da Liga, exercendo, por consequência, alguma influência sobre ele.

Por exemplo, João Bartolomeu, numa das suas conversas com Pinto de Sousa, diz ter a certeza que é o Luís Filipe que tem influência sobre as nomeações feitas por Luís Guilherme, com o então presidente do Conselho de Arbitragem da FPF a acrescentar: “O Pinto da Costa não tem influência no Luís Guilherme”.

A propósito da nomeação de um árbitro para um jogo da U. Leiria, Bartolomeu diz que fez uma investigação que apurou que Pimenta Machado se encontrou com Luís Filipe Vieira, presumivelmente no sentido de ter Duarte Gomes como árbitro. Sobre este, Bartolomeu diz que é “um ladrão”.

“O Duarte Gomes faz tudo o que o Vítor Pereira manda e o Vítor Pereira é uma das pessoas que protege o Guimarães”, desabafa Bartolomeu.

Os contactos entre João Rodrigues, antigo dirigente do Benfica e pessoa com muita influência nas instâncias internacionais do futebol, e Pinto de Sousa eram frequentes. E vice-versa. Aliás, há mesmo uma determinada altura em que é Pinto de Sousa quem telefona a João Rodrigues para lhe pedir “uma ajudinha” para escolher os árbitros internacionais para a Taça de Portugal. “Precisava de dois nomes de árbitros que o Benfica considerasse”, afirmou o líder da CA da FPF, que tem argumentado em sua defesa que não praticou qualquer crime a este nível porque era norma conferenciar com os dirigentes antes de escolher árbitros para a Taça de Portugal. Rodrigues promete ligar a Vieira. Quando volta a ligar a Pinto de Sousa, diz que o presidente do Benfica “ficou doido” e que pretendia o árbitro que tinha apitado o jogo com o Belenenses para o campeonato, Pedro Henriques. “Ele não quer mais ninguém…”, reforçou Rodrigues. “Duarte Gomes e Olegários nem pensar”, acrescentou. Rodrigues tenta contactar Vieira mas não consegue. Numa outra conversa com Pinto de Sousa, conforma-se: “Nomeie o Devesa Neto [árbitro assistente] que o acalma logo”. Pinto de Sousa acaba por dizer que tem 3 hipóteses para árbitro principal: Pedro Proença, Duarte Gomes ou João Ferreira. “Meta o João Ferreira”, diz Rodrigues. Dito e feito. João Ferreira é o árbitro do jogo da meia-final da Taça que o Benfica vence por 3-1. Nenhum dos árbitros assistentes foi Devesa Neto, árbitro assistente que foi arguido no Apito Dourado, num jogo do Boavista.