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Começámos mal, ainda mais pessimistas do que estamos hoje, porque após o empate com a Islândia só ouvíamos, sobre o ombro, o porta-voz da nossa costela de velhos do Restelo: ná, a jogar assim, da f..." /> A jogar assim, da final não passamos - Quinta do Careca - Record

Quinta do Careca

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A jogar assim, da final não passamos

7 Julho, 2016 1264 visualizações

Começámos mal, ainda mais pessimistas do que estamos hoje, porque após o empate com a Islândia só ouvíamos, sobre o ombro, o porta-voz da nossa costela de velhos do Restelo: ná, a jogar assim, da fase de grupos não passamos…

Lâmpada. Passámos, com mais dois empates e uma sorte dos diabos – e afortunadamente em terceiros do grupo – graças ao facto de Cristiano, vendo o País a arder e o inimigo interno eufórico, atiçado por todo o rancor do Mundo, ter retirado da lâmpada o seu geniozinho para marcar dois golos à Hungria – um deles antológico. A jogar assim, só ele mesmo podia.

Rendez-vous. O problema é que nos oitavos nos calhou a Croácia, essa superequipa recheada de talentos que se deu ao luxo de meter alguns reservistas para vencer a Espanha, a campeã em título. Como poderíamos, a jogar assim, ultrapassar esse obstáculo? E só não foi uma missão impossível porque Ricardo Quaresma marcara, para a hora do confronto com os croatas, um rendez-vous com a bola, sobre a linha de baliza. Caprichosa, ela caiu na armadilha, compareceu no local e foi morrer lá dentro.

E pumba. De mal a pior, veio depois, nos quartos, a Polónia que empatara a zero com a aquela Alemanha que no final ganha sempre, e que sofrera apenas um golo em quatro desafios… E só nos safámos, a jogar assim, porque os deuses que abençoaram Renato Sanches – hoje não escrevo SanchEZ em homenagem aos poliglotas que nos falam de um alemão, um tal Mário GomES… – quiseram roubar ao capitão da Seleção um dos seus já incontáveis recordes. O miúdo ajeitou então a coisa, alçou da perna e pumba lá vai disto. E tal como Modric, que fora uns dias antes para casa com umas festinhas de Cristiano – o mesmo que atirou ao poste o penálti contra a Áustria (como esse azar nos teria complicado a vida se não acontecesse!) – também os polacos partiram porque CR7 deu a seguir o mote para a mais bela e competente série de grandes penalidades alguma vez marcadas pela Seleção.

Digam 57. Chegados por milagre às meias-finais, facilmente concluímos que, a jogar assim, Gales nos iria eliminar, tanto mais que tinha lá o Bale, com menos dez partidas nas pernas esta época do que Cristiano. Deu-se o acaso do Raphael ter metido a bola, a régua e esquadro, na cabeça daquele que nunca aparece, e o golo – o 57.º do rapaz nesta temporada – ter aberto a porta do autocarro galês. E dito isto, que é tudo verdade e ciência pura, só podemos sentir-nos de rastos com o embate de domingo e com a definitiva certeza de que, a jogar assim, da final não passaremos.

Contracrónica, Record, 7JUL16

Nota da QdoC – Na edição impressa de hoje, a apressada construção do texto fez com que me tivesse referido a Modric como se ele fosse polaco e não croata, o que surge corrigido na versão acima. Aos leitores atingidos pelo erro, as minhas desculpas. A escrever assim, também sou capaz de perder na final…

 

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