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Nos muitos anos que já levo de profissão, nunca vi opinião publicada mais poderosa do que a espanhola e, ao mesmo tempo, comunicação social mais viscosa do que a do país-vizinho. Basta recuar a 200..." /> — ler mais..

Nos muitos anos que já levo de profissão, nunca vi opinião publicada mais poderosa do que a espanhola e, ao mesmo tempo, comunicação social mais viscosa do que a do país-vizinho. Basta recuar a 200..." /> Quinta do Careca - Record

Quinta do Careca

Cristiano, a “sequía” do goleador intermitente

28 Setembro, 2015 0

Nos muitos anos que já levo de profissão, nunca vi opinião publicada mais poderosa do que a espanhola e, ao mesmo tempo, comunicação social mais viscosa do que a do país-vizinho.

Basta recuar a 2003 e à contratação de Carlos Queiroz pelo Real Madrid. Mal aterrou em Barajas, a imprensa especializada desfez-se em elogios, os merecidos e os supostos, elogios que subiram de tom com a conquista da Supertaça ao Maiorca, então treinado por Jaime Pacheco. E nem um primeiro aviso de que o caminho do ex-adjunto de Ferguson não seria fácil – a derrota no jogo da 1.ª mão, em Palma de Maiorca, por 2-1 – foi tido em conta, já que uma equipa que tinha Zidane, Raúl, Ronaldo, Roberto Carlos, Figo, Beckham e Casillas parecia imbatível. A hipocrisia, disfarçada pelos 8 (!) pontos de avanço à 25.ª jornada da liga, quebrou a máscara com a chegada dos maus resultados, e enquanto se instalava o veneno da tradicional intriga intestina madridista os jornalistas espanhóis iam desfazendo Queiroz em mil pedaços. E o Real terminaria no quarto lugar, a 7 (!) pontos do campeão, o Valencia.

Aconteceu depois tramoia semelhante com José Mourinho, que dos solos de harpa desceu ao inferno, e sucede hoje o mesmo com Cristiano Ronaldo, sempre incensado para captar leitores e audiências, mas cuja crucificação segue o seu curso, primeiro com a “sequía” de golos a martelar 24 horas por dia, e após as cinco batatas ao Espanhol com uma nova e criativa abordagem: a do “goleador intermitente”. Com a ajuda de Benítez – o Real é um conjunto de sombras – a campanha está na estrada, segura como a da morte que se sabe ser certa.

Canto direto, Record, 28SET15

O regresso de Ricardo Araújo Pereira

26 Setembro, 2015 0

Desde que se finou o “Contra-informação”, a ridicularia política ganhou novo alento, ficando debaixo de fogo apenas em alguns debates nos canais do cabo. Há, evidentemente, os telejornais, mas aí as pessoas baralham-se, umas riem-se à gargalhada, mas a maioria, por falta de sublinhados e de contraditório, tende a meter no mesmo saco a mistificação e a seriedade. Vê-se, assim…

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Com a saída de Armando Jorge Carneiro o Benfica perde uma marca

25 Setembro, 2015 0

AJC1


Aos 25 anos, dirigia a revista semanal juvenil Bravo, que vendia cerca de 60 mil exemplares. Assumiu a seguir outros projetos editoriais com menor sucesso, mas sempre com espírito empreendedor e capacidade de liderança. Cruzei-me com ele na Lisboa social dos anos 80 e a conversa acabava invariavelmente nos jornais e nas revistas. Refiro-me a Armando Jorge Carneiro…

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Porto Santo e São Miguel: longe da Europa

24 Setembro, 2015 0

Tive a felicidade de poder regressar neste Verão a duas ilhas magníficas: Porto Santo e São Miguel. Sendo bastante diferentes, a tranquilidade e a beleza natural são pontos de união. Mas descobri agora, na volta completa à maior ilha açoriana, que existe outro factor que a une à pequena madeirense: a ausência de vigilância policial nas estradas. Percorri quase 800 quilómetros em São Miguel e…

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Rui Vitória não faz milagres

23 Setembro, 2015 0

Recordo-me de uma época, há uns bons 50 e tal anos, em que o Vitória de Setúbal desceu à segunda divisão e, para irritação minha, ganhou ao Belenenses os dois jogos, no Bonfim e no Restelo. É uma sina. Quando subimos, em 2012/13, iniciámos o campeonato goleados pelo Benfica B, algo idêntico ao que aconteceu agora: afastámos o Gotemburgo e o Altach do acesso à Liga Europa e fomos à Luz fazer de passarinhos e levar 6 do Benfica – ainda hoje Rui Vitória agradece aos céus a benesse.

A felicidade por esse resultado toldou os encarnados, fazendo com que desvalorizassem o facto de terem jogado, acordados, contra uma equipa que dormia a sesta. E a semi-euforia então criada esfumou-se em três dias, no desafio com o Astana, um onze de valor semelhante ao de Belém mas que não bate sornas depois do almoço. Não fosse o lance genial de Nico Gaitán e não sei se o futebol de repelões dos homens da Luz teria artes para ultrapassar o 0-0.

É verdade que na primeira parte da partida de domingo, no Dragão, o Benfica mostrou mais qualidade e só soçobrou na segunda por ser grande, enorme, a diferença de qualidade e quantidade do plantel portista em relação ao do rival. Com o impedimento de Fejsa, por exemplo, Vitória recorreu ao polivalente André Almeida e o FC Porto sentou Danilo e Herrera no banco. Para as alas, o Benfica, sem Salvio, recorre a um miúdo de 18 anos, enquanto Lopetegui dispõe de Brahimi, Corona, Varela, Tello…

Não há milagres. Vitória precisa do apoio de LF Vieira e da paciência dos adeptos. E de tempo para apanhar os cacos e pôr de novo o edifício em pé.

Canto direto, Record, 23SET15

André André: o filho do homem duro como a rocha

21 Setembro, 2015 0

António André não era mau como as cobras, deixava esse papel ao Paulinho Santos, mas era duro como a rocha. Talvez por isso, juntou ao apelido André da família, o nome próprio André, em 1989, ao registar o filho em Vila do Conde, na esperança de que fosse rijo como o pai, mas com maior técnica futebolística e um pouco mais alto – o simplesmente André tinha só 1,71m e um centro de gravidade baixo, que o mantinha em pé quando os outros iam ao chão. E não é que o António conseguiu? O seu rapaz não é tão duro (seria impossível, penso eu) mas joga bem melhor à bola e cresceu mais três centímetros, um pequeno bónus arrancado às apertadas malhas da ditadura genética. E hoje André André vale o que vimos no clássico do Dragão: é um médio rotativo e tecnicista, rápido, completo, decisivo e maduro nos seus 26 anos – capaz também de “entrar a doer” no um para um, na tradição familiar –, alguém que poderá devolver à Seleção Nacional a magia perdida desde que Deco cedeu ao peso das botas e das lesões.IMG_1617

O Benfica quebrou fisicamente na segunda parte, logo disseram, ao cair do pano, as nossas sumidades da análise. É capaz de ser um facto, tendo em conta que os portistas regressaram a casa, após a desgastante partida de Kiev, na manhã de quinta-feira, enquanto os jogadores do Benfica puderam mergulhar em vale de lençóis ainda na noite de terça, cumprido o treino com os cazaques. E sendo assim, foram-se abaixo das canetas no segundo tempo do jogo do Dragão por uma questão de fair-play – e nada por preparação inadequada, evidentemente – para que ninguém os acusasse de beneficiar de dia e meio de descanso a mais. Foi bonito, pá.

Três dias de descanso chegaram para Aboubakar repetir no Porto a brutal exibição de Kiev. No primeiro quarto de hora do segundo tempo, começou por aproveitar um centro letal do André ao quadrado (quem havia de ser?), e um pontapé na atmosfera de Luisão, para cabecear ao poste uma bola que merecia o selo do golo. A seguir, lançado pelo duplo André (sempre ele!), bateu Jardel ao sprint e só não marcou porque há um imperador na baliza do Benfica. Com a sua habitual sagacidade, Lopetegui substitui-o e provocou um coro de assobios porque as plateias podem perceber pouco de futebol mas não gostam de ver deixar o campo jogadores com o perfil – de trabalho, entrega e capacidade – do internacional camaronês, de 23 anos, que promete reforçar de novo, e muito em breve, os cofres da SAD do FC Porto.

O que é evidente é que os portistas ganharam agora um desafio que perderam na época passada, o que significa que está a correr bem a estratégia de Pinto da Costa, que consiste não só em manter Lopetegui como em “enchê-lo” de jogadores tão bons e de tanta quantidade que sejam capazes de ser campeões faça o que fizer o treinador. A chegada de última hora dos dois internacionais mexicanos – que imediatamente ganharam a titularidade! – confirmou a determinação da política azul e branca. Corona é um diamante e Layún ainda há mês e meio foi a Goodison Park marcar um dos golos do empate do Watford no campo do Everton. Ou seja, não há cá formações nem meias formações: é comprar pelo seguro para obter resultados.

Quanto a Rui Vitória, gostei da frontalidade com que se referiu ao perdão do segundo cartão amarelo a Maxi, o que é verdade – sendo igualmente certo que foi injusto o primeiro que lhe exibiu Soares Dias –, a mesma frontalidade com que Vitória se esqueceu do segundo amarelo que o árbitro não mostrou a André Almeida. Mas o técnico encarnado esteve a nível superior na leitura do jogo e, quando a pressão do meio-campo portista se intensificou, fez entrar Talisca e Pizzi, jogadores exímios na contenção que se impunha para segurar o empate. Temos homem. André André, então, só pode agradecer ao mestre.

Contracrónica, Record, 21SET15

Corte de 15% nas pensões em pagamento até 2019

20 Setembro, 2015 0

Agora que Passos e Portas recalibraram a abordagem à celerada redução na despesa da Segurança Social, jurando, um e outro, que não mais serão atingidas as pensões a pagamento – onde irão então buscar os 600 milhões de euros do seu compromisso com Bruxelas? – a intenção do PS de rejeitar…

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O meu amigo Manuel Monteiro

19 Setembro, 2015 0

Ao contrário do que sugere o título, não conheço Nel Monteiro e, por certo, um dia assim morreremos os dois. Interrogo-me até, e comigo milhares de telespetadores, o que terá passado pelas cabeças dos “convidados” de Bruno Nogueira para se prestarem aos ridículos papéis que tanto nos divertem em “Som de cristal”…

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Tomás Taveira: uma figura única, um homem culto e brilhante

17 Setembro, 2015 0

TT1A propósito do texto que André Rito assinou na Sábado, há duas semanas, sobre os 30 anos das Amoreiras e sobre o seu criador, Tomás Taveira, li no blogue zpf, de José Paulo Fafe –http://www.josepaulofafe.com – um belo texto com um perfil do arquitecto, escrito por quem com ele conviveu de perto. E recordei então o final da década de 80 e o início da de 90, as memoráveis festas do Bananas e os muitos eventos em que privei com Taveira…

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O Mundo é de Cristiano Ronaldo

14 Setembro, 2015 0

Quando Cristiano Ronaldo não marca ou o faz a um ritmo que pareça uma ameaça para os 50 ou 60 golos que obtém todas as épocas, logo se instala, na cabeça dos comentadores, uma crise idêntica à que temos em Portugal quando fica muito tempo sem chover: chamam-lhe seca. E tal como as nossas albufeiras, que registam ainda, no conjunto, 60% de água, nem o facto de Cristiano seguir com um bom nível competitivo, embora concretizando menos, afastava a imagem da seca, no seu caso de golos. Enfim, temos de falar ou escrever sobre qualquer coisa, e daí à esquizofrenia é pequeno o passo. Depois, claro, o goleador aponta cinco de uma vez, e toca a embandeirar em arco com o repoker – desculpem lá mas não gosto da “manita”.

Coisa bem diferente do que está à vista – o homem continua aquela máquina – é o que se julga poder adivinhar com alguma dose de certeza: Cristiano não está feliz. Como aqui escreveu há dias Octávio Ribeiro, “no Real Madrid, o elo afectivo com os adeptos quebrou-se”. E CR7 sofre com essa dor. As razões são várias  e vêm do passado mas são inapagáveis do futuro do madeirense, que nesta temporada pulverizará – tarefa que já começou – o resto dos recordes que lhe restam bater nos merengues. Partindo da forte probabilidade de Benítez, um treinador que não gera nos jogadores a empatia de que tanto se “alimenta” Cristiano, falhar nos objetivos, os assobios crescerão e o jogador abandonará Madrid. Regressará ao MU, como parece ser o seu destino? Ou deixar-se-á tentar pelos milhões do PSG? Ou preferirá a vida fabulosa que o espera nos States? O Mundo será dele, isso é certo.

Canto direto, Record, 14SET15