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Depois de 70 e tal minutos de impaciência no embate caseiro contra o Estoril, da deceção Arouca e de hora e meia de sofrimento, de novo na Luz, na partida com o Moreirense – tudo equipas que antes ..." /> Quinta do Careca - Record

Quinta do Careca

Os benfiquistas terão de aguentar

31 Agosto, 2015 0

Depois de 70 e tal minutos de impaciência no embate caseiro contra o Estoril, da deceção Arouca e de hora e meia de sofrimento, de novo na Luz, na partida com o Moreirense – tudo equipas que antes se dizia pertencerem a “outro campeonato” – ter-se-ão já convencido os benfiquistas que se lhes apresenta pela frente uma época sem descanso e em que não lhes faltarão motivos para angústia? Se não se convenceram ainda, garanto-lhes que é tempo.

O problema é simples: se fosse possível ganhar títulos promovendo apenas a malta mais nova, o planeta do futebol giraria em torno de outro sol. É bonito ver Rui Vitória apostar nos 21 anos de Nélson Semedo, nos 19 de Victor Andrade ou nos 18 (!) de Gonçalo Guedes, mas a verdade é que para ganhar ao último classificado foi necessária a experiência, e também o talento, de “jogadores feitos”, como Jiménez, Samaris e Jonas, de 24, 26 e 31 anos, respetivamente, mais os 27 de Gaitan, pois sem as suas assistências – para o golo que “abriu a lata” e para o da vitória, na fase do desespero – o Benfica teria somado a segunda derrota consecutiva.

Rui Vitória aceitou gerir uma “pesada herança” e apostar nos jovens, sem dispor da capacidade de fazer milagres. E como a realidade não vive de ilusões, houve que descer à Terra. Vieram Mitroglou e Jiménez, mas falta, pelo menos, quem faça de Salvio para jogar nas alas. A mudança de treinador e a saída de peças-chave tem um custo que vai ser preciso pagar com tolerância, intranquilidade, pressão acrescida e algumas desilusões. Vêm aí mais dias difíceis, os adeptos terão de aguentar.

Canto direto, 31AGO15

Pesadelo e vergonha na Torre de Belém

27 Agosto, 2015 0

As receitas do turismo, a mais relevante exportação, portuguesa, constituem ajuda decisiva no combate à crise. E Lisboa abarrota de visitantes neste Agosto. Deus deu-nos as nozes do território, da luz, do mar e do clima, a que nós acrescentámos a simpatia e a hospitalidade. Só os poderes públicos têm ficado aquém do que deveria ser-lhes exigido e a capital do turismo, que pretendemos ser, deixa a desejar em múltiplos aspectos…

Texto em www.alexandrepais.pt

Pesadelo 
e vergonha
As receitas do turismo, a mais relevante exportação, portuguesa, constituem ajuda decisiva no combate à crise. E Lisboa abarrota de visitantes neste Agosto. Deus deu-nos as nozes do território, da luz, do mar e do clima a que nós acrescentámos a simpatia e a hospitalidade. Só os poderes públicos têm ficado aquém do que deveria ser-lhes exigido e a capital do turismo, que pretendemos ser, deixa a desejar em múltiplos aspectos.
Esta semana, uma reportagem do Público denunciava a inacreditável tortura a que sujeitamos os 2 500 visitantes diários da Torre de Belém, com filas de espera à torreira do sol, horas para chegar ao topo do monumento, multibanco fora de serviço,, inexistência de visitas guiadas, funcionária da bilheteira sem saber falar inglês e por aí fora.
Mas basta passar junto à Torre para nos envergonharmos com o estado desleixado do que foi outrora um jardim e não passa hoje de um terreno triste e poeirento, um sinal gritante de falta de noção do que é qualidade de vida e um postal ilustrado que muito prejudica uma actividade que puxa Portugal para fora do buraco.
E não me venham com a estúpida lamúria do não há dinheiro porque tenho, à minha porta, uma pequena elevação ervada que serve os cãezinhos do bairro e que é – às sete da manhã de todos os dias! – chocantemente regada. Já em Belém, junto ao rio, a seca é extrema…

O que fica da derrota do Sporting é trabalho pra Karamba

Não tenho a coragem de António Ribeiro Cristóvão e, portanto, com a Gazprom não quero confusões. Desejo até à senhora uma vida longa e repleta de prosperidades, pelo que chuto para canto esta coincidência dos árbitros de Leste, que levam a vida a tramar o Sporting: russo o da época passada com o Schalke 04, turco o de Alvalade há uma semana, checo o de ontem, talvez quirguiz, uzbeque ou cazaque o do próximo jogo da Liga Europa. No mínimo, é de ir à bruxa.

Prefiro sublinhar a outra tragédia que se abaterá sobre os leões – após a perda dos 14 milhões da Champions, os tais com que tanto contava Bruno de Carvalho para pagar o supercontrato de Jorge Jesus – e que será o regresso da “maldição dos centrais”. Depois de cometer a falta que antecedeu o primeiro golo do CSKA – mais por culpa do mau posicionamento de João Pereira, é certo – e de sentir, na sua melhor versão caracol, passar-lhe o Musa pelas costas, em duas diagonais mortíferas que resultaram no segundo e no terceiro, Paulo Oliveira vai demorar a convalescer.

Mas não será o único. Ainda ontem, mal terminara o prélio moscovita, já Jorge Jesus ouvia das boas dos comentadores televisivos – com o grande José Peseiro particularmente ativo. Hoje, os comentários negativos não faltarão nas colunas dos jornais e os remoques prosseguirão pelo menos até à partida de domingo, em Coimbra, onde se admite que o Sporting aproveite o péssimo momento da Académica para começar a esquecer o trauma russo. Será a benesse de que Jesus precisa, enquanto deixa para o querido presidente a lavagem dos pratos, ou seja, a maneira de desagravar uma folha salarial própria das altas cavalarias que ficaram pelo caminho. E com a maior valia do plantel ainda a largar as muletas, esse é um problema para caramba, se calhar mesmo para o professor Karamba, de que tanto me lembrei, nem sei porquê, quando via Doumbia e Musa fazerem gato-sapato – ou leão-sapato? – da até aqui tão gabada defesa leonina.

É assim uma espécie de contracrónica, Record, 27AGO15

Vidigal e Simão: criadores de desgostos

24 Agosto, 2015 0

O estádio de Aveiro parecia o da Luz: o Benfica atuou em casa. Mas faltava um quarto de hora para o final da partida e já as bancadas, antes repletas, apresentavam grandes clareiras. Os benfiquistas andam desanimados, desiludidos com o mau início de temporada da sua equipa.

Não é nada que não se esperasse. Quando parte um treinador carismático e ao mesmo tempo se altera de forma tão drástica um onze – e uma filosofia de abordagem ao jogo – que demorou seis anos a construir, sabe-se que terá de haver consequências. E aí estão elas.

Rui Vitória não tem culpa. Nem do seu discurso redutor, de elogios e agradecimentos aos jogadores e ao público, que adiantam zero, nem da pressão que uma velha raposa lhe coloca do outro lado da Segunda Circular, e em cuja teia se deixou enredar – não se consegue mudar o ADN das pessoas. A sua competência é inquestionável, pode é não ser o homem certo para este tempo do Benfica, só o futuro o dirá.

Mas tanto no triunfo do Arouca, como no empate do Paços em Alvalade, temos de ver a outra parte: os adversários também pensam os jogos, montam estratégias e perseguem objetivos. Com o Belenenses a começar bem a época, o que se pode dizer é que não há como Rui Pedro Soares para escolher treinadores. Os últimos, antes de Sá Pinto, mostraram, ontem e no sábado, a sua capacidade. Lito Vidigal e Jorge Simão, sem a pressão de terem de ganhar para o Mundo não desabar sobre eles, são mais do que técnicos de futebol, são mestres da ilusão e criadores de desgostos.

Canto direto, Record, 24AGO15

Passos só pode ter orgulho em Laura

22 Agosto, 2015 0

No seu blog – cabaredogoucha.pt – Manuel Luís Goucha chama às redes sociais “as latrinas do século 21”. Os mais velhos lembrar-se-ão das portas e paredes interiores das casas de banho públicas repletas de palavrões e desenhos escabrosos, produzidos pelo mesmo tipo de gentalha que hoje insulta e calunia, também a coberto do anonimato, através da internet…

Texto em www.alexandrepais.pt

O dia em que encontrámos Martunis

20 Agosto, 2015 0

Em Fevereiro de 2005, o então director-adjunto de Record, António Magalhães, meteu-se num voo de pesadelo: três horas de Lisboa a Amesterdão, mais 12 e meia até Jacarta, e outras quatro horas da capital indonésia a Banda Aceh, na ilha de Sumatra. Ele seria o primeiro jornalista português a falar com o pequeno Martunis, de 9 anos, e a levar-lhe o abraço de Portugal. O miúdo fora encontrado 19 dias após o devastador tsunami…

Texto em www.alexandrepais.pt

A 2 de Março de 2005, o Record dedicou um especial de 8 páginas a Martunis, que vemos na foto com António Magalhães

O génio e o sinal na vitória do Sporting

19 Agosto, 2015 0

No final do jogo, ninguém se esquecia do genial trabalho de Carrillo a lançar Slimani para o resto da jogada que resultaria no segundo golo, o do triunfo. Mas importa recordar também o lance do primeiro e o passe “a rasgar” do talento peruano, que levaria depois ao remate enrolado mas vitorioso de Teo Gutiérrez. Renovar o contrato com Carrillo, hoje mais valorizado do que anteontem, é o caminho que resta a Bruno Carvalho, se quiser manter as aspirações leoninas.

O Sporting tem todas as hipóteses de passar, até de ir ganhar a Moscovo, desde que a linha média não siga Carrillo e não desproteja a defesa, sector que voltou a abanar e fez Jorge Jesus ser claro: “Com William e Ewerton ficaremos mais fortes”. Por certo, um sinal para Naldo, que não aproveitou o desequilíbrio subtil que Rui Patrício provocou a Doumbia, na jogada do golo russo, para fazer o corte. Esteve quase, mas os quases para Jesus são fatais.

Canto curto, Record, 19AGO15

O início da Liga promete muitas emoções

17 Agosto, 2015 0

Não podia ter começado melhor a Liga, com o Sporting a arrastar para Aveiro muitos milhares de adeptos, continuando assim a encher a onda de euforia que rodeia a equipa. Ou rodeava, porque o jogo com o Tondela devolveu um pouco os sportinguistas à realidade: há muito trabalho e um longo percurso pela frente. A vitória, conseguida nos últimos segundos, de penálti, a punir uma falta infantil dentro da área, resultou de um raio de sorte que nem sempre surge – cuidado, então. O embate de amanhã, com o líder da liga russa, o CSKA – que sofreu apenas um golo em cinco jogos –, vai mostrar-nos, mais claramente, a real valia do atual Sporting.

Mais promissora foi a estreia do FC Porto, face a um V. Guimarães a anos-luz do legado de Rui Vitória. Os azuis-e-brancos parecem no caminho de uma temporada positiva e foi muito bom ver o feliz regresso de Varela a casa – e ao nível futebolístico que é o seu. O que lhe terá passado pela cabeça para deixar o Dragão?

Excelente início de campeonato também para dois treinadores que muito aprecio: Luís Norton de Matos e Lito Vidigal. À frente de dois “patinhos feios” da prova, com orçamentos reduzidos e limitações várias, começar a ganhar – e para mais fora, o Arouca – é um incentivo importante para os dias difíceis que virão.

Quanto ao Benfica, goleou o Estoril graças a… Júlio César. Sim, foram duas defesas geniais do brasileiro que impediram o adversário de se adiantar no marcador e de escrever outra história do jogo. No futebol, sendo decisivo o coletivo, é com os grandes protagonistas que se alimenta o sonho dos objectivos mais ambiciosos. E pensar que o Benfica andou anos a brincar aos guarda-redes…

Canto direto, Record, 17AGO15

O fogo é um maná para os canais de TV

15 Agosto, 2015 0

Na última terça-feira, os três diários desportivos fizeram uma manchete igual: “Aí está Jiménez”. Em termos de total precisão terá sido uma estreia e a coincidência foi glosada nas conversas de café e nas redes sociais, com os incendiários donos da perfeição a botarem faladura.

O que sucedeu explica-se à luz da realidade…

Texto completo em www.alexandrepais.pt