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Temos, como se sabe, tendência para comer  e calar. A relativa paz social dos últimos quatro anos de austeridade está aí para o confirmar. Nos hospitais, então, a dependência do acto médico – e a t..." /> — ler mais..

Temos, como se sabe, tendência para comer  e calar. A relativa paz social dos últimos quatro anos de austeridade está aí para o confirmar. Nos hospitais, então, a dependência do acto médico – e a t..." /> Quinta do Careca - Record

Quinta do Careca

O trabalho é para se ir fazendo?

28 Março, 2015 0

Temos, como se sabe, tendência para comer  e calar. A relativa paz social dos últimos quatro anos de austeridade está aí para o confirmar. Nos hospitais, então, a dependência do acto médico – e a tolerância perante a delicadeza das situações, verdade se diga – leva essa passividade ao exagero. Mas, como tudo na vida, tem vezes em que não. 

Um amigo meu aguardava há quase duas horas – nas urgências de um hospital privado…

Texto em www.alexandrepais.pt

O
Um fado
português
Temos, como se sabe, tendência para comer  e calar. A relativa paz social dos últimos quatro anos de austeridade está aí para o confirmar. Nos hospitais, então, a dependência do acto médico – e a tolerância perante a delicadeza das situações, verdade se diga – leva essa passividade ao exagero. Mas, como tudo na vida, tem vezes em que não.
  Um amigo meu aguardava há quase duas horas – nas urgências de um hospital privado – que chegasse a altura de a sua mãe, nonagenária, ser atendida. O tempo passava e ele, farto de ouvir vozes por detrás de uma parede, perdeu a cabeça e invadiu o espaço reservado ao pessoal clínico. Aí, viu um médico a discutir com outro a actualidade futebolística e uma enfermeira a teclar com fúria no telemóvel, provavelmente a exercer numa rede social. Ouviram das boas.
   A massificação de seguros de saúde leva aos hospitais particulares a saturação dos públicos. E em todos, a par de profissionais dedicados e com excesso de carga horária, não faltam também os que acham que o trabalho é para se ir fazendo. Fado português, esse. W</div>

O eterno problema das urgências

26 Março, 2015 0

 

Em Agosto de 2001, seis repórteres do semanário Tal&Qual – Maria João Vieira, Antonieta Preto, Paula Silva, Catarina Vaz Guerreiro, Sónia Bento e Ângela Santana – deram entrada, à mesma hora, nos serviços de urgência de seis hospitais portugueses – em Lisboa (S. José e S. Francisco Xavier), Porto, Faro, Amadora-Sintra e Almada. 
    Em época de férias, procuravam o inferno de sempre: a demora, a desumanidade, o barulho, a sujidade e a desorganização. Entre a chegada e a partida, após atendimento, decorreram períodos que foram desde os 45 minutos no Garcia de Orta, em Almada, às 6 horas e 20 minutos (!) no S. Francisco Xavier, o hospital com um dos piores desempenhos – classificado de mau pela repórter – a par do Fernando Fonseca, na Amadora. No pólo oposto, o distrital de Faro, com apreciação global de bom, e o de Almada, com regular mais.
    Catorze anos volvidos e com milhões de euros de cortes a agravar a situação, seria curioso repetir a reportagem? Talvez não valesse a pena: as aberturas de telejornal dos últimos meses, de tão assustadoras, falam por si. O século 21 tarda. W

Em Agosto de 2001, seis repórteres do semanário Tal&Qual – Maria João Vieira, Antonieta Preto, Paula Silva, Catarina Vaz Guerreiro, Sónia Bento e Ângela Santana – deram entrada, à mesma hora, nos serviços de urgência de seis hospitais portugueses – em Lisboa (São José e São Francisco Xavier), Porto, Faro, Amadora-Sintra e Almada. Em época de férias, procuravam o inferno de sempre…

Texto em www.alexandrepais.pt

 

Drama e nostalgia em Belém

23 Março, 2015 0

Parece que só a desgraça une os belenenses. Sempre que o mau tempo se afasta e começa a cheirar a primavera, instala-se a divergência, a desunião e a inimizade. Onde houver dois adeptos da cruz ao peito, ouve-se a um dizer branco e logo o outro a garantir que é preto.

Na última semana, a agitação foi grande e nas redes sociais instalou-se o drama: dos nostálgicos de Matateu, aos fatalistas que já em nada nem em ninguém acreditam, passando, inevitavelmente, pelos especialistas do absurdo e do insulto.

As posições extremaram-se: ou contra Rui Pedro Soares ou escolhendo para alvo Lito Vidigal. Ao primeiro não perdoam a falta de batismo “azul” – só tem o de “azul e branco”, mas nem a aproximação lhe vale. O segundo é acusado de não querer apostar na formação, apesar de ter apresentado em campo, contra o Estoril, 14 jogadores portugueses, coisa há muito não vista na liga principal.

Quando atacam o líder da SAD, os auto-intitulados “verdadeiros belenenses” fingem esquecer-se de que não fora ele e estaríamos hoje a disputar o vibrante e próspero Nacional de Seniores, já que os dirigentes “puros”, saídos da pia batismal do eixo Salésias-Restelo, acumularam erros de gestão e ficaram até sem trocos para pagar a água que regava a relva.

Quando se atiram a Lito Vidigal, a memória é ainda mais curta. Há um ano, foram suplicar-lhe que deixasse a família e a pacatez de Elvas para vir salvar o Belenenses de mais uma descida. Depois, não lhe pagaram e agora estão indignados porque não fez melhor do que o 6.º lugar (!) e retirou da equipa esse poço de esforço e amor à camisola que é o sr. Martins. Esperem-lhe pela pancada. Se for dupla, então, será o regresso aos infernos.

Canto direto, Record, 23MAR15

Parabéns à CMTV

21 Março, 2015 0

O leitor compreenderá que não me refira habitualmente a programas ou figuras da CMTV. Faço-o hoje porque a estação entrou no terceiro ano de existência, conseguindo já, no universo Meo, colocar-se na frente nas audiências. É uma enorme proeza nos tempos que vivemos – difíceis também para os média e para a consolidação de novos desafios – e uma estrondosa vitória para o Octávio Ribeiro e para a empenhada e aguerrida equipa que lidera. Assisto, com gozo, ao silêncio dos iluminados, e vejo, com orgulho, que a Hora Record…

Texto em www.alexandrepais.pt

Paulo Sousa levou 4 e por acaso gostei

19 Março, 2015 0

Quando se abriu a hipótese de vir a dirigir o Record, no final de 2002, a minha preocupação foi ter na equipa um director-adjunto que assumisse as relações com os agentes desportivos, para as quais sinto vocação zero.

Tive a sorte de aliciar para o projecto o melhor jornalista nesse trabalho, e não só, o meu amigo António Magalhães. E foi ele quem teve a ideia de convidar para colunista do jornal o ex-futebolista Paulo Sousa, o que parecia uma mais-valia editorial.

Não foi fácil assegurar o seu contributo e os 800 contos mensais…

Texto em www.alexandrepais.pt

Ole Einar Bjørndalen conquistou a 56.ª medalha

18 Março, 2015 0

No Mundial de juniores de 1993, aos 19 anos, ganhou as três primeiras medalhas de ouro. Agora, nos Mundiais de Biatlo, na Finlândia, e já com 41 anos, o maior atleta da história das modalidades de inverno conquistou a sua 56.ª medalha em Jogos Olímpicos e Campeonatos do Mundo. Foi de prata, obtida na prova de estafetas e deu uma pálida ideia da forma atual de Ole Einar Bjørndalen, que conseguiu ainda um 19.º, um 6.º, um 5.º e um 4.º lugar nas corridas individuais. Este último, na “mass start”, revestiu-se de algum dramatismo, já que o biatleta, após ter acertado 20 tiros em 20 e ter entrado na frente para o derradeiro percurso, acabou sem a 57.ª medalha, derrotado na reta final pelo que foi a maior arma da sua carreira: a velocidade.

O lendário norueguês é o mais premiado atleta olímpico de inverno, com 13 medalhas, 8 das quais de ouro – duas há um ano, nos Jogos de Socchi. Venceu seis Taças do Mundo e terminou outras seis na 2.ª posição. No total, participou em 476 provas, tendo triunfado 128 vezes, ficado em 2.º ou 3.º em 110 ocasiões e somando 351 classificações no top 10. Em 2006, tornou-se no primeiro biatleta a ganhar uma prova da Taça do Mundo de cross-country.

Bjørndalen projeta retirar-se dentro de um ano, após os Mundiais de Oslo, mas até lá a aventura continua, com ele a disparar e a correr atrás – ou à frente… – dos “filhos”.

Última página, Record, 18MAR15

Antes de um Adeus quase em inglês

“O tempo chega sempre, mas há casos em que não chega a tempo” – Camilo Castelo Branco


A 7 de março de 1974, Paulo Carvalho vencia, com Adeus – o E Depois só viria a seguir – de José Niza e José Calvário, o Festival RTP da Canção, contrariando a votação paralela de um famoso programa de rádio, o PBX, que dava o triunfo a No Dia em que o Rei Fez Anos, de José Cid.

No mês seguinte, já em Brighton, Inglaterra…

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Jorge Jesus, um deus brasileiro

16 Março, 2015 0

Podíamos falar de Samaris e de Eliseu, como antes de Matic e Javi Garcia, ou apontar uma boa dezena de jogadores que ele valorizou e de que tanto beneficiaram já os cofres do Benfica. Não merece a pena, os méritos de Jorge Jesus são indesmentíveis, ainda que na hora em que as coisas não correm tão bem logo apareçam hienas e urubus a pôr em dúvida o treinador – e igualmente Deus e o divino Espírito Santo.

Fico-me apenas pelos três exemplos que na partida com o Sp. Braga me saltaram aos olhos. O primeiro é Jardel, o mal amado, por anos o “pior” dos centrais do Benfica, aquele que nunca mais se ia embora e que via falhar sucessivas tentativas de encontrar um parceiro para Luisão sempre que faltava Garay – e mesmo depois, quando o argentino partiu para aturar o Vilas Boas. Foi a insistência de Jesus e o apoio que deu ao jogador que acabaram por construir o esteio em que Jardel se tornou.

O segundo caso é o de Jonas, em que JJ apostou, quase contra o Mundo, quando quiseram deixar-lhe o Lima sozinho para o combate em todas as frentes. A carreira dececionante do avançado no Valencia confirmava o que todos, menos Jesus, juravam ver: um mercenário, um futebolista acabado e a viver do passado. A realidade está aí: 20 golos já apontados nesta temporada e uma qualidade muito acima da média.

O último exemplo é o de Júlio César. Um guarda-redes de 35 anos, que acaba num clube do fundo da Premier e que nem aí é titular, vem para o Benfica fazer o quê? Está também à vista a sua classe e a tranquilidade que deu à equipa, pelo que há uma pergunta que se impõe: onde estariam os três brasileiros não fosse o seu encontro com Jesus? Dar a resposta é que já seria deselegante.

Canto direto, Record, 16MAR15

O Festival da Canção e o anjo da morte

14 Março, 2015 0

A transmissão do Festival da Canção confirmou a falta de qualidade que se antevia. Canções medíocres, intérpretes medianos, produção franciscana e audiência modesta – inferior, por exemplo, à que consegue “O Preço Certo” – ficaram como marcas de um serão que já nem aos nossos avós agradaria. Em 50 anos, o Mundo mudou vezes sem conta e a conceção de espectáculo em que a RTP insiste tem a originalidade da múmia…

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E todavia Simone existe

12 Março, 2015 0

Com a participação no medíocre Festival da Canção, da RTP, Simone abriu a porta à crítica fácil, óbvia, quase consensual. O baronato das redes sociais, então, delirou.

Não falamos de um Avô Cantigas, que reaparece todos os anos com a mala da voz modesta que lhe marca a carreira. A sua praia é divertir as crianças e isso ele faz, não precisa de perseguir mais nada. Ao contrário, Simone tem um nome a defender, não pode regressar a uma actividade em que foi grande, apenas porque sim. E a verdade é que…

Texto em www.alexandrepais.pt