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Se há coisa que um jornalista, que foi obrigado pelas circunstâncias a tocar vários instrumentos profissionais, não deve fazer é viajar demasiado pelo passado. Uns simples 20 anos atrás ousam revel..." /> Quinta do Careca - Record

Quinta do Careca

Ainda andamos por aí, Goucha

31 Janeiro, 2014 0

Se há coisa que um jornalista, que foi obrigado pelas circunstâncias a tocar vários instrumentos profissionais, não deve fazer é viajar demasiado pelo passado. Uns simples 20 anos atrás ousam revelar-nos prosas medonhas, em especial aquelas que somos capazes de jurar jamais ter escrito. Aconteceu-me isso agora, ao recuar à década de 90 para descobrir textos que assinei sobre Manuel Luís Goucha. Em outubro de 1993, quando se estreou o Momentos de Glória, uma caríssima aposta da TVI, não podia ter sido mais duro, ao publicar na revista Dona: “É um pastelão, tem aparato a mais e conteúdo a menos, sobra-lhe em dinheiro o que lhe falta em coração”. Não me arrependo.

Fiquei incomodado, dizer a verdade a um amigo só vale a pena se esse amigo estiver preparado para a ouvir. E quatro meses mais tarde, quando a TVI assumiu o fracasso, voltei a dedicar um texto a Goucha: “O comunicador que se afirmou encontrará muitos outros momentos bons, não de glória, que essa é efémera, mas de realização e felicidade”. E o certo é que o falhanço do Momentos constituiu também uma mudança na carreira do apresentador. Ainda deu uma entrevista ao jornalista Rui Gustavo, igualmente para a Dona, em que disse algo de hoje impensável: “A guerra das audiências não é minha, é da TVI, e não tenho de me preocupar com isso”. Foi o final da fase do deslumbramento – em 1994, num programa com Teresa Guilherme, na Renascença, ganhavam 200 contos cada um –, Goucha ia fazer 40 anos e passou a aplicar no seu trabalho princípios de contenção, autocrítica e até modéstia, que construíram aquilo em que depressa se transformou: num grande comunicador, sempre disponível para aprender e pronto para melhorar.

Invoco Deus por testemunha: não acredito em nada que os astros ou as cartas garantam que pode acontecer, mas encontro num perfil de Maya, publicado precisamente há 21 anos, na já citada revista, a melhor definicão do caráter de Manuel Luís Goucha: “Pode revelar-se egocêntrico e imodesto, em especial se estiver convencido que tem razão, mas dispõe de uma progressiva capacidade de exteriorizar os seus dons, sobretudo adquirida com a idade, e uma ambição sempre orientada por princípios morais e senso de honra”.

Creio que a frase diz tudo, embora não saiba se devia ter ido recuperá-la, pois no final do ano passado, no Você na TV!, quando o convidado Luís Norton de Matos me identificou numa foto com ele e o Paulo Futre, o Goucha fez-me um elogio simpático mas disse: “O Alexandre Pais ainda anda por aí, escreve crónicas, nomeadamente na revista SÁBADO.” Ainda anda por aí?! Em dezembro, entras para o meu clube, o dos 60, e vais ver como elas mordem, Manuel Luís. 

Observador, Sábado, 30JAN14. Tema de Sociedade da semana: uma entrevista de vida a Manuel Luís Goucha

O fevereiro infernal de Real Madrid e Atlético

Aproxima-se um fevereiro infernal para Real Madrid e Atlético de Madrid. Em quatro semanas, ou seja entre o próximo domingo, dia 2, e o segundo dia de março, ambos terão de disputar 8 jogos, três dos quais entre si…

Os merengues repetem assim a saga de 8 desafios em 23 dias (!), cumprida entre 6 e 28 de janeiro, e que resultou em 8 vitórias – sem terem sofrido um só golo. Agora, em 15 dias disputarão cinco partidas, três para a Liga e duas, com o Atlético, para a Taça do Rei. Só a 26 terão o confronto da 1.ª mão dos oitavos da Champions com o Schalke 04, depois de receberem o Elche, a 22 – no que será o seu quinto jogo consecutivo sem sair de Madrid – e antes do regresso à capital para o terceiro embate com os rivais da cidade, a 2 de março, no Vicente Calderón.

Pior estarão os colchoneros, que terão os 6 primeiros jogos em 18 dias, três para a Liga e dois, com o Real, para a Taça do Rei, “fechando” o ciclo negro a 19, em Milão, frente ao Milan, para a Champions. A seguir, a deslocação a Pamplona, a 23, com seis dias, enfim, para preparar a receção ao Real, que atuará no Calderón apenas três dias depois de jogar em Gelsenkirchen.

Veremos quem será mais forte neste duelo de pernas de aço e corações de ferro. Vai doer.

Liga Futre vai valer a pena

27 Janeiro, 2014 0

Ainda sob os efeitos da última proeza da CM TV, fortes emoções se aproximam. Depois do sucesso do acompanhamento do caso da criança raptada na Madeira, com a grande repórter Tânia Laranjo no terreno e a estação a revelar em primeira mão que Daniel fora encontrado, a noite da próxima segunda-feira representará mais um passo na afirmação plena do canal.

Experiências várias não conseguiram aproveitar em televisão o excecional poder de comunicação de Paulo Futre, aposta que a CM TV agora assume com a clara determinação de ganhar. E a estreia da “Liga Futre” traz-nos também a expectativa da colaboração dos ex-internacionais António Veloso e Fernando Mendes, que deram já provas de qualidade como comentadores e passam assim da condição de abandonados do futebol – como os apresentou a reportagem da SIC – de novo a participantes ativos.

Com isso, Futre e a CM TV quebram o ciclo dos “sempre os mesmos” e recuperam, com o ex-portista Amaral, protagonistas que exibirão em estúdio o que mostravam em campo: coragem e contundência. Vai valer a pena.

Antena paranoica, Correio da Manhã, 25JAN14

Um comandante e quatro treinadores

26 Janeiro, 2014 0

1. Cinco anos depois de ter recebido a primeira Bola de Ouro, é extraordinária a evolução social de Cristiano Ronaldo. Não dou como exemplo apenas o facto de Cavaco Silva ter passado de “você” a “excelência”, mas o comportamento global do “comandante”, que vai desde a sensatez das declarações aos projetos solidários em que se envolve. Nesse caminho, teremos de dar crédito ao papel de Jorge Mendes, o gestor de carreira que faltou a Eusébio.

2. Tenho admiração por Paulo Fonseca, pela coragem em assumir o leme de um barco de navegação difícil e pela persistência com que trabalha, acreditando nos frutos desse trabalho. Foi por isso uma deceção a sua vinda a terreiro para repetir as acusações à arbitragem do Benfica-FC Porto, logo a seguir à entrevista de Pinto da Costa. Se tinha essa opinião, devia ter falado antes do presidente. Assim, a fazer de câmara de ressonância, Paulo Fonseca não se afirmará.

3. A SAD do Belenenses resistiu bem a “sugestões” suicidas e confirmou Marco Paulo como treinador. A memória do seu excelente desempenho na época de 2011/12 e a aposta na continuidade dos métodos de Van der Gaag pesaram mais do que os apelos à aventura que tão funestos resultados produziram anteriormente. Uff!, posso deixar de rezar.

4. A opção de Jorge Jesus por Oblak, em detrimento de Artur, confirma a capacidade de liderança do técnico benfiquista. Depois da lesão do titular da baliza, cuja gravidade o levou a deixar o campo mas permitiu o rápido regresso aos treinos, e da inviolabilidade das redes a cargo do esloveno, Jesus não perdoou. E como o brasileiro nunca fez o pleno das preferências dos adeptos – um “fumo” que JJ cheira tão bem – ei-lo “amarrado” ao banco. Não será fácil sair de lá.

5. Em 2012, André Villas-Boas foi despedido do Chelsea e os “blues”, com um ex-adjunto à frente, vieram a conquistar a Liga dos Campeões. Esta época, os maus resultados puseram o português fora do Tottenham e os ”spurs”, com outro técnico de segunda linha, logo somaram 16 pontos em 18 possíveis. Villas-Boas pode estar gordo na conta bancária, mas o ego emagreceu um bocado. Só lhe faz bem.

Canto direto, Record, 25JAN14

Crónicas da Sábado: reflexões de inverno

24 Janeiro, 2014 0

1. O que posso escrever sobre os basejumpers? Eu, que pratiquei as atividades mais radicais da época da minha infância, andar de patins com rodas e de bicicleta, e que várias vezes me decorei com umas boas doses de mercurocromo? Eu, que só de ver no Facebook o vídeo de uma das minhas filhas a descer em pára-quedas ia morrendo? Ná, prefiro a lareira acesa, confesso.

2. Não me lembro de um inverno em que tenham perecido tantas pessoas por força da fúria da Natureza. De canoístas a pescadores, de crianças a veteranos, de analfabetos a doutores, todos, por um segundo ao menos, esqueceram o poder traiçoeiro e cruel dos elementos. E pagaram-no com a vida.

3. Não queria estar na pele das famílias que, na praia do Meco, ficaram sem uma das suas luzes mais brilhantes. Que terrível sofrimento. Mas reconheço o meu espanto pelos holofotes que viram contra o homem que sobreviveu – que terá, obviamente, de contar um dia todos os pormenores da tragédia – em vez de apontarem o dedo à perturbação que lhes provocou a perda: as praxes, mania estúpida que a cada ano deixa vítimas e a que se submeteram, por vontade própria, não só o suposto mentor como os adultos desaparecidos.

4. Vejo na TV um homem que burlou diversas seguradoras a chegar ao tribunal algemado e recordo imagens de pedófilos e assassinos que se apresentam em juízo de mãos nos bolsos, como se nada fosse com eles. É Portugal, eu sei. Bem fazem os americanos quando tratam todos os criminosos por igual. Ias a conduzir bêbado ou drogado? Vira-te de costas e dá cá os pulsos.

5. Esquecida a decisão irrevogável e ultrapassada a linha que não se podia transpor, Paulo Portas e o seu instinto de sobrevivência  preocupam-se agora com as eleições legislativas do ano que vem e agitam a bandeira da redução do IRS. Esbarram, claro, no nariz torcido de Passos Coelho e na sua obsessiva convicção. Uma coisa é certa: terão de se entender para retirar um meiozinho por cento que seja ao confisco fiscal e assim iludir os parolos.

6. Nós, canalha urbana, ignoramos mesmo o país real. Se as vaias ao primeiro-ministro fazem parte do dia a dia, o que talvez não estivesse nas previsões era o motivo dos últimos apupos: a exigência da construção do Metro do Mondego. Não se duvida da falta que fará às populações da região, mas na altura em que tantos portugueses se angustiam com a simples ida ao supermercado, a exigência de um metro parece, não o sendo embora, um absurdo.

7. Passos Coelho não quer o professor Marcelo como candidato do PSD a Belém. Mais do que evitar a derrota da direita, interessa ao líder passar a fatura pelas críticas ao seu desempenho. Com aquele ego, crianças, não se brinca.

Observador, Sábado, 23JAN14. Agora pode visitar também a Quinta do Careca em www.alexandrepais.pt

Em defesa de Marco Paulo

22 Janeiro, 2014 0

O Belenenses tem um problema grave: não marca golos. Desiludido com Diawara, um lutador incansável, rescindiu com o francês mas manteve Tiago Caeiro, que não é jogador para a I Liga. Rambé, que regressou agora, é melhor. Bem, um pouco melhor. Quanto a Linz, é um globetrotter do futebol e não sei até que ponto estará para se maçar muito… Perdeu-se a possibilidade de contar com um empréstimo como o de Cissé, que o Sporting emprestou ao Arouca. Não o cederia ao Belenenses se tivesse havido interesse?

Quanto ao técnico, assustam-me um bocado as “sugestões” que vejo nas redes sociais, assim uma espécie de tototreinador que poderia acabar como na época de 2011/12, em que viemos pela classificação abaixo, na Liga secundária, até se entregar a equipa a Marco Paulo, que a levou ao 5.º lugar. Se tem chegado mais cedo, teríamos subido de divisão um ano antes. Não entendo, por isso, porque não serve o atual treinador, que tem ainda a vantagem de prosseguir o trabalho meritório de Van der Gaag.

No último jogo que vi, frente ao Estoril (1-1), o Belenenses jogou com atitude e velocidade, praticamente taco a taco com o 4.º classificado do campeonato e no terreno deste. Espero que se reforce a equipa de acordo com as possibilidades e se dê condições de trabalho a quem já deu provas. As aventuras e os nomes tirados nas rifas iam acabando com o Belenenses!

Eles falam, falam mas depois rendem-se

20 Janeiro, 2014 0

Paulo Portas não podia ter tido mais azar: o congresso do CDS caiu no “intervalo” de dois acontecimentos que polarizaram as atenções: a morte de Eusébio, com ondas de choque nos dias seguintes, e a Bola de Ouro conquistada por Cristiano Ronaldo, que “colou” a expetativa dos dias anteriores à emoção criada pela partida do “King”. Como se não bastasse, um Benfica-FC Porto aterrou-lhe também em cima.

O problema não existiria se os canais de notícias e as estações com pretensões a serem consideradas de “referência” não estivessem hoje tão dependentes do futebol como principal gerador de audiências e dessem às habilidades da política o relevo de tempos idos. Mas não, tivemos até um telejornal “sério” a dedicar os primeiros 49 minutos (!) à proeza de CR7 e à repetição exaustiva de tudo o que já se sabia.

Pior do que essa rendição talvez só a daquele pivô muito intelectual, declarado inimigo da informação “cor de rosa”, às voltas com a “infidelidade” de François Hollande. Moral da história: eles falam, falam, mas acabam por lá cair como tordos.

Antena paranoica, Correio da Manhã, 18JAN14. Agora pode visitar também a Quinta do Careca em www.alexandrepais.pt

Jorge Jesus já não pode nascer dez vezes

19 Janeiro, 2014 0

Há meia dúzia de anos, chegava Jorge Jesus a Braga, após duas excelentes épocas no Belenenses, um atual dirigente do Benfica confidenciou a um amigo comum que só não defendeu a sua contratação porque, dizia, “o Benfica não pode ter um treinador que não sabe falar”. Não tardou muito a que a necessidade derrotasse a “sensibilidade auditiva” e o técnico fosse chamado aos serviços de urgência.

Se é verdade que Jesus, com o traquejo que ganhou, se expressa hoje melhor, é também certo que o domínio da palavra continua a não ser o seu forte, tanto mais que enfrenta duas inimigas ferozes: a espontaneidade, que faz com que por vezes responda primeiro e pense depois, e a dificuldade do improviso, que o força a nem sempre utilizar os termos adequados. E como não consegue fugir ao destino, volta que não volta sai asneira.

Não creio que no caso do “têm de nascer dez vezes”, que irritou os jovens da formação, se tenha tratado propriamente de asneira. Por um lado, jogadores como Matic não nascem aos pontapés, pelo que Jesus podia até ter optado por “têm de nascer 50 vezes” em vez de dez porque era a raridade do aparecimento desse tipo de futebolista que pretendia sublinhar. Por outro, a qualidade alcançada pelo sérvio não se encontra simplesmente porque se quer, nos “dentes de leite” da academia. William Carvalho, por exemplo, teve de fazer 50 jogos na Bélgica e trabalhar muito para alcançar a maturidade que lhe faltava e ser o que é. E o próprio Matic “enganou” o Chelsea, que o dispensou e com isso perdeu 20 milhões de euros.

Infelizmente para ele, Jesus não pode ter a filosofia de Leonardo Jardim, que lapida os diamantes da academia com tranquilidade porque o nível a que o Sporting tinha descido lhe dá agora tempo para construir uma equipa. No Benfica não é assim, os investimentos obrigam a retorno urgente, a pressão sobre o técnico é tremenda e o “Manel” que ele tem de arranjar já, para o lugar de Matic, deve também corresponder de imediato porque LF Vieira e os adeptos não dão margem de erro ao treinador. Jesus não terá oportunidade de “nascer dez vezes”. Se calhar, nem só mais uma.

Canto direto, Record, 18JAN14. Agora pode visitar também a Quinta do Careca em www.alexandrepais.pt

O ódio absurdo de CR7

17 Janeiro, 2014 0

Por ínvios caminhos, os lóbis, com o de Jorge Mendes à cabeça, os interesses comerciais e a FIFA elegeram justamente Cristiano Ronaldo melhor jogador do Mundo. Foi a segunda vez que o sucessor de Eusébio – mais no génio futebolístico do que, para já, no coração dos portugueses – conquistou a Bola de Ouro, depois de quatro triunfos consecutivos de Messi, que também não deixavam adivinhar outra coisa. Havia ainda a concorrência de um outsider, Frank Ribéry, que pode ganhar todos os títulos do Planeta que sempre ficará longe do brilho ímpar dos dois astros rivais.

Cristiano mereceu a distinção porque esteve, em 2013, uns furos acima do argentino, tanto no desempenho como nos golos obtidos, mas foram as três batatas que o nosso craque aplicou aos suecos, em novembro, que viraram os ventos definitivamente a seu favor, pois a fragilidade de Blatter, após a cena caricata do comandante, obrigou a FIFA a reabrir uma votação que já estava fechada – prova do que mais do que a razão e a verdade o que conta são os milhões que suportam o edifício e as benesses.

Sim, porque hoje, ao nível a que o Pantera Negra se alcandorou já não há Eusébios, ídolos sem gestão de carreira e que só a grandeza de terceiros permite que vivam com dignidade. O caso recente da zanga de Cristiano com a Pepsi é sintomático. Claramente ofendido pela marca global, depressa os advogados das partes acertaram a reconciliação, pois em tribunal só perderiam tempo e dinheiro, situação insuportável para duas máquinas voltadas para a faturação. A Pepsi patrocina uma iniciativa do CR7 e este desiste da queixa: assunto encerrado.

Mas enquanto aperta a mão à Pepsi, Cristiano insiste, e insiste há anos, em ações judiciais inúteis e sem sentido contra jornais e jornalistas – dezenas de jornalistas, arrolados às pazadas tenham ou não a ver com o que se trata – pela publicação de notícias irrelevantes de uma altura em que ele, mais imaturo, não era, fora dos relvados, o exemplo em que se transformou em campo.

Aliás, se na vida profissional Cristiano se mantém fiel ao rigor e ao trabalho redobrado que somados ao talento fazem dele um jogador melhor do que os seus pares, é na relação com os outros, exceto com os jornalistas – quem ao ouvido lhe alimentará esse ódio absurdo? –, que se verifica a grande mudança. E a repetição do seu empenho em atividades de natureza social – boleia que a Pepsi inteligentemente apanhou – demonstram que compreendeu a necessidade de devolver à sociedade uma pequena parcela da riqueza que ela lhe proporciona. Daí também a justiça da Bola de Ouro. Como futebolista, Cristiano está no apogeu, como homem, meteu entretanto pés ao caminho.

Observador, Sábado, 16JAN14. Agora pode visitar também a Quinta do Careca em www.alexandrepais.pt

A TVI goza com a própria TVI: é o máximo!

13 Janeiro, 2014 0

Para promoção das produções da TVI, há muito que o “Você na TV” recebe os concorrentes que vão sendo expulsos das “novelas da vida real”. A receção dá-se com pompa e circunstância, com a plateia a aplaudir de pé (!) os cromos que põem a rir – ou a chorar – o país com as bacoradas que largam boca fora, e a Cristina e o Manuel Luís a levarem a sério a função e as figurinhas, ossos do ofício.

Mas na fase actual da “Casa dos Segredos” os apresentadores já não conseguem colocar a máscara da obrigação de respeitar tanto disparate, e esta semana, a seguir a cada repetição de fitarolas do dia anterior ei-los a imitar, com gozo e espalhafato – e até perante o espanto, pelo “desrespeito”, de algumas senhoras da assistência – as cenas macacas dos protagonistas.

Não estará o esforço de Teresa Guilherme, para fingir uma pose institucional e fazer da falsamente denominada “vontade dos portugueses” uma questão de estado, a ser traído quando outros profissionais da estação colocam a sua malta no lugar que merece? Como não sou a TVI, acho maravilhoso.

Antena paranoica, Correio da Manhã, 11JAN14. Agora pode visitar também a Quinta do Careca em www.alexandrepais.pt