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A Selecção e Quaresma Sempre que Portugal marca presença – e têm sido muitas, felizmente, nos últimos anos – numa fase final de uma grande prova internacional de futebol tenho espera..." /> Olhos de ver - Record

Olhos de ver

A Selecção e Quaresma

22 Maio, 2014 0

A Selecção e Quaresma
Sempre que Portugal marca presença – e têm sido muitas, felizmente, nos últimos anos – numa fase final de uma grande prova internacional de futebol tenho esperança de que será dessa que conseguimos enganar toda a concorrência a trazer o título para casa. Desta vez, quando estamos a três semanas do arranque do Mundial do Brasil, não sinto essa convicção. Mas, a exemplo das anteriores, pode ser que me engane…
Eu sei que a Selecção tem o hábito de, após um estágio longo, surgir bem mais forte nas fases finais do que quando participa nos apuramentos. Aí, está mais que visto, a chegada a conta-gotas dos jogadores, os escassos dias de preparação e as viagens parecem ser obstáculos a mais para uma equipa que, decididamente, tem de estar devidamente “oleada” para fazer frente não só às grandes potências, mas também às formações que, sendo do nosso valor ou até inferiores, tantos embaraços nos causam nas fases de qualificação.
Desta vez, repito, não tenho grande esperança. Ronaldo está com problemas físicos e embora o assunto não pareça ser assim tão grave, a verdade é que os dias vão passando e a coisa não se resolve. Ou pelo menos não a cem por cento, com o madeirense completamente apto a fazer aquilo a que nos habituou. Mas, a sensação negativa não tem apenas a ver com isso. 
Nani e Postiga são duas das “armas” mais importantes do conjunto, mas tiveram temporadas muito complicadas. E se até o próprio seleccionador tem dúvidas – conforme admitiu publicamente – sobre a capacidade de resposta física dos atletas em causa… eu também tenho. E depois até João Moutinho teve uma época pouco vistosa no Monaco. Assim, não tenho grande fé na obtenção de um feito histórico.
De resto, a prova é na América do Sul e isso, historicamente, costuma favorecer as selecções da região e afectar as da Europa. Jogar com temperaturas que tanto podem ser elevadas como baixas, sob imensa humidade e após viagens longas não nos é nada favorável. Assim como o facto de termos de disputar três jogos em locais diferentes.
Mudemos o foco de análise. Nesta altura, poucos dias depois do anúncio da lista dos 23 Conquistadores, já não se observa muita contestação em torno das opções de Paulo Bento. E parece-me bem que assim seja. Quer se queira ou não, é ele quem tem de escolher os futebolistas e, claro, se tivesse optado por outro naipe de jogadores… haveria sempre quem não concordasse. De resto, nesta fase, não importa criticar as opções, mas antes acreditar que o seleccionador sabe bem o que está fazer.
Ainda assim, assumo que a minha lista de 23 não seria esta. Comigo, Eduardo (temporada fraca e com um final penoso), Ricardo Costa (não será primeira opção para render os centrais nem João Pereira), Rafa (longa paragem e inexperiência a este nível), Vieirinha (época marcada por uma lesão grave), Éder (pouco jogo em 2014, após sucessivos problemas físicos) e Postiga (quantos minutos jogou na Lazio?) não iam ao Brasil, enquanto Anthony Lopes (jovem, titular no Lyon, seria a terceira opção para a baliza já a pensar no futuro) Rolando (bom final de época no Inter aliado a grande experiência), Quaresma (qualidade sensacional quando Nani é uma incógnita), André Gomes (sofrível ponta final de época, mas já alguma experiência ao alto nível), Manuel Fernandes (um médio que defende, ataca e faz golos e possui força e experiência) e Bebé (um dos melhores jogadores da segunda volta da nossa liga) faziam a viagem. Sílvio, em boas condições, também ficaria com a vaga de André Almeida.
Entre todas as opões contrárias às de Paulo Bento destaco o nome de Quaresma. Se o extremo não ficou de fora devido ao seu comportamento explosivo, então não há qualquer lógica em deixá-lo em terra. Aceito que se possa dizer que Ronaldo e Nani são melhores que Quaresma, mas mesmo quem defende isso (e eu em condições normais – se Nani não estivesse praticamente parado há meses – também o defenderia) sabe que, depois deles, nenhum outro extremo português é mais dotado tecnicamente que Quaresma. E se o problema é que defende pouco (esta época vi-o ajudar imenso nas missões defensivas), então isso seria trabalho para o seleccionador aprimorar no estágio. Adiante.
Gostei de ver a reacção de Quaresma à exclusão da lista de 23. Num texto publicado na sua conta de Facebook – provavelmente escrito por outra pessoa, o que não invalida a essência da coisa -, o futebolista não se mostra zangado com ninguém e garante que vai torcer por companheiros e equipa técnica. Tem de ser este o espírito, por muito que futebolistas ou meros cidadãos gostassem que as opções tivessem sido outras. São este 23 que vão defender Portugal e isso chega (ou deveria chegar) para merecer o meu (nosso) apoio.

Sempre que Portugal marca presença – e têm sido muitas, felizmente, nos últimos anos – numa fase final de uma grande prova internacional de futebol tenho esperança de que será dessa que conseguimos enganar toda a concorrência a trazer o título para casa. Desta vez, quando estamos a três semanas do arranque do Mundial do Brasil, não sinto essa convicção. Mas, a exemplo das anteriores, pode ser que me engane…

Eu sei que a Selecção tem o hábito de, após um estágio longo, surgir bem mais forte nas fases finais do que quando participa nos apuramentos. Aí, está mais que visto, a chegada a conta-gotas dos jogadores, os escassos dias de preparação e as viagens parecem ser obstáculos a mais para uma equipa que, decididamente, tem de estar devidamente “oleada” para fazer frente não só às grandes potências, mas também às formações que, sendo do nosso valor ou até inferiores, tantos embaraços nos causam nas fases de qualificação.

Desta vez, repito, não tenho grande esperança. Ronaldo está com problemas físicos e embora o assunto não pareça ser assim tão grave, a verdade é que os dias vão passando e a coisa não se resolve. Ou pelo menos não a cem por cento, com o madeirense completamente apto a fazer aquilo a que nos habituou. Mas, a sensação negativa não tem apenas a ver com isso. 

Nani e Postiga são duas das “armas” mais importantes do conjunto, mas tiveram temporadas muito complicadas. E se até o próprio seleccionador tem dúvidas – conforme admitiu publicamente – sobre a capacidade de resposta física dos atletas em causa… eu também tenho. E depois até João Moutinho teve uma época pouco vistosa no Monaco. Assim, não tenho grande fé na obtenção de um feito histórico.

De resto, a prova é na América do Sul e isso, historicamente, costuma favorecer as selecções da região e afectar as da Europa. Jogar com temperaturas que tanto podem ser elevadas como baixas, sob imensa humidade e após viagens longas não nos é nada favorável. Assim como o facto de termos de disputar três jogos em locais diferentes.

Mudemos o foco de análise. Nesta altura, poucos dias depois do anúncio da lista dos 23 Conquistadores, já não se observa muita contestação em torno das opções de Paulo Bento. E parece-me bem que assim seja. Quer se queira ou não, é ele quem tem de escolher os futebolistas e, claro, se tivesse optado por outro naipe de jogadores… haveria sempre quem não concordasse. De resto, nesta fase, não importa criticar as opções, mas antes acreditar que o seleccionador sabe bem o que está fazer.

Ainda assim, assumo que a minha lista de 23 não seria esta. Comigo, Eduardo (temporada fraca e com um final penoso), Ricardo Costa (não será primeira opção para render os centrais nem João Pereira), Rafa (longa paragem e inexperiência a este nível), Vieirinha (época marcada por uma lesão grave), Éder (pouco jogo em 2014, após sucessivos problemas físicos) e Postiga (quantos minutos jogou na Lazio?) não iam ao Brasil, enquanto Anthony Lopes (jovem, titular no Lyon, seria a terceira opção para a baliza já a pensar no futuro) Rolando (bom final de época no Inter aliado a grande experiência), Quaresma (qualidade sensacional quando Nani é uma incógnita), André Gomes (sofrível ponta final de época, mas já alguma experiência ao alto nível), Manuel Fernandes (um médio que defende, ataca e faz golos e possui força e experiência) e Bebé (um dos melhores jogadores da segunda volta da nossa liga) faziam a viagem. Sílvio, em boas condições, também ficaria com a vaga de André Almeida.

Entre todas as opões contrárias às de Paulo Bento destaco o nome de Quaresma. Se o extremo não ficou de fora devido ao seu comportamento explosivo, então não há qualquer lógica em deixá-lo em terra. Aceito que se possa dizer que Ronaldo e Nani são melhores que Quaresma, mas mesmo quem defende isso (e eu em condições normais – se Nani não estivesse praticamente parado há meses – também o defenderia) sabe que, depois deles, nenhum outro extremo português é mais dotado tecnicamente que Quaresma. E se o problema é que defende pouco (esta época vi-o ajudar imenso nas missões defensivas), então isso seria trabalho para o seleccionador aprimorar no estágio. Adiante.

Gostei de ver a reacção de Quaresma à exclusão da lista de 23. Num texto publicado na sua conta de Facebook – provavelmente escrito por outra pessoa, o que não invalida a essência da coisa -, o futebolista não se mostra zangado com ninguém e garante que vai torcer por companheiros e equipa técnica. Tem de ser este o espírito, por muito que futebolistas ou meros cidadãos gostassem que as opções tivessem sido outras. São este 23 que vão defender Portugal e isso chega (ou deveria chegar) para merecer o meu (nosso) apoio.