— ler mais..

  Ponto prévio: não gostei do trabalho de João Capela no dérbi entre Benfica e Sporting. E não gostei porque não marcou faltas evidentes (entre as quais pelo menos uma grande penalidade de Maxi Per..." /> — ler mais..

  Ponto prévio: não gostei do trabalho de João Capela no dérbi entre Benfica e Sporting. E não gostei porque não marcou faltas evidentes (entre as quais pelo menos uma grande penalidade de Maxi Per..." /> Olhos de ver - Record

Olhos de ver

João Capela: o último saco

22 Abril, 2013 0

 

Ponto prévio: não gostei do trabalho de João Capela no dérbi entre Benfica e Sporting. E não gostei porque não marcou faltas evidentes (entre as quais pelo menos uma grande penalidade de Maxi Pereira), esqueceu-se de mostrar cartões obrigatórios, transformou pontapés de baliza em cantos e cantos em pontapés de baliza e ainda deixou dúvidas em pelo menos uma situação de fora-de-jogo. Basicamente, o árbitro pretendeu passar despercebido e acabou por ser vítima disso mesmo.

Posto isto, e admitindo que o Sporting tem claramente mais razões de queixa do juiz lisboeta, quero dizer que é absolutamente exagerado ver, de repente, tudo e todos a “malhar” num árbitro que, antes de mais, foi atrás daquilo que é, desde sempre, um pedido generalizado de jogadores, técnicos, dirigentes e até comentadores. Em teoria, o mundo do futebol defende arbitragens com poucas paragens, onde o contacto físico seja uma realidade e não uma infracção. Porém, quando a teoria passa à prática… tudo se altera. Tudo ou quase. Quem ganha assobia para o lado, quem perde não se cansa de protestar. Sempre assim foi, sempre assim será.

O estilo britânico que Capela adoptou não foi, obviamente, uma grande ideia. Por isso, estranhei ver Jorge Jesus dizer que as três equipas tinham estado bem (gostava de o ver dizer o mesmo se estivesse sentado no banco contrário…). A de arbitragem, decididamente, não esteve. Porém, isso também não significa, por si só, que tenham sido João Capela e seus pares a decidir o encontro.

Em Alvalade, na primeira volta, o Sporting saiu na frente do marcador e não ganhou. Não sei como seria na Luz, caso tivesse sido assinalado um dos lances na área encarnada que tanta celeuma levantaram. Que os leões jogaram bem melhor desta vez, disso não restam dúvidas, mas da mesma forma também ficou evidente que os encarnados possuem mais e melhores recursos. E por isso estarão sempre mais perto de vencer um adversário atrevido, com qualidade, mas bastante inexperiente e sem tanto talento.

Do lado do Sporting, como seria de esperar, Jesualdo Ferreira e Bruno de Carvalho foram os mais intensos nas críticas ao árbitro. Pretendiam, claro, um estilo mais interventivo, com mais paragens. Curiosamente, nenhum falou das sensacionais 5 faltas registadas pelos leões ao longo de todo o encontro. Passa a ser um recorde desta edição da Liga. Ninguém tinha feito tão poucas. E consegui-lo num dérbi é notável. Gostaria de saber, aliás, se há memória de um embate entre os rivais da Segunda Circular em que um dos conjuntos tenha cometido somente 5 infracções? Não tenho meios para o confirmar (ninguém terá), mas aposto que não!

De resto, com uma arbitragem menos britânica, na jornada anterior, talvez também o Moreirense tivesse evitado a derrota (2-3) em Alvalade, pois no início da jogada do segundo golo dos verdes e brancos, existiu falta de Ilori sobre Pintasilgo que não foi assinalada por Artur Soares Dias. Não foi pelo árbitro do Porto e, penso eu, também não seria caso o juiz fosse João Capela. Sobre esse lance, não me lembro da opinião dos responsáveis leoninos…

Neste tradicional chorrilho em torno da arbitragem de um jogo grande, Pinto da Costa também se fez ouvir. E mais uma vez, a exemplo da esmagadora maioria dos técnicos e dirigentes deste país, viu muito melhor o que se passou num jogo que nem observou com particular atenção – conforme admitiu – do que alguns da sua equipa. A época passada, mesmo sentado no Estádio da Luz, não conseguiu ver (nem aparentemente reviu mais tarde através da televisão) o famoso golo de Maicon. Mas, ao longo dos anos, tem tido vista curta para muitas coisas, da mesma forma que mostra olho de falcão em tantas outras. Depende da situação. E a actual manda apontar baterias aos jogos dos rivais. Sempre dá para entreter os mais distraídos que, dessa forma, esquecem que o FC Porto saiu cedo da Taça de Portugal, foi surpreendentemente eliminado na Liga dos Campeões pelo Málaga, perdeu a final da Taça da Liga com o Sp. Braga e corre sérios riscos de perder o Campeonato para o Benfica.

A nova guerra de José Mourinho

2 Abril, 2013 0

Não, a questão já não é Casillas ter ficado de fora da lista dos convocados para o embate que o Real Madrid vai disputar com o Galatasaray. Nem sequer o tema é a badalada troca de votos na eleição da FIFA para o melhor treinador do ano passado – a propósito: sempre gostava de saber como é que o técnico português foi avisado por duas ou três pessoas, antes da divulgação pública dos resultados e das respectivas votações, de que teriam existido trocas. Como é que eles sabiam disso? E se tinham conhecimento, qual a razão para não terem dito publicamente, antes da cerimónia, que estavam a ser vítimas de uma enorme trafulhice?. A última guerra envolvendo José Mourinho rebentou esta terça-feira.

O treinador atirou-se, em grande estilo, a Fernando Burgos da Onda Cero, durante a conferência de imprensa de lançamento do embate com os turcos, e mostrou ter tido muito tempo, trabalho e paciência para preparar este ataque. Ora confirme:

Mas, o jornalista não se ficou a lamentar e rapidamente tentou equilibrar o duelo, recordando também palavras célebres de Mourinho.

http://www.as.com/futbol/video/fernando-burgos-contesta-mou-astv/20130402dasdasftb_21/Ves

 

Um dia, espero conseguir perceber a razão para Mourinho estar sempre disponível para se envolver em tantas embrulhadas. Louvo-lhe o espírito guerreiro, de quem nunca vira a cara à luta e tudo faz em prol dos seus, mas não atino com esta tendência para patrocinar desinteligências que não servem para nada. Ou melhor: servem apenas para ganhar inimigos.