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Quando Cardozo, em Leverkusen, marcou o único golo da partida em que o Benfica bateu o Bayer local e ganhou vantagem nos 16-avos-de-final da Liga Europa, recordei-me das palavras de Jorge Jesus, n..." /> Cardozo é mesmo assim - Olhos de ver - Record

Olhos de ver

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Cardozo é mesmo assim

14 Fevereiro, 2013 644 visualizações

Quando Cardozo, em Leverkusen, marcou o único golo da partida em que o Benfica bateu o Bayer local e ganhou vantagem nos 16-avos-de-final da Liga Europa, recordei-me das palavras de Jorge Jesus, não há muito tempo, ao tentar explicar que o paraguaio não era um jogador como a maioria.

Na altura, o técnico benfiquista disse, sem rodeios, que Cardozo não é homem para grandes correrias, fintas espectaculares ou momentos de grande valia técnica. Entre sorrisos, Jesus admitiu que, se fizesse isso todos os dias, o sul-americano seria um dos mais mediáticos pontas de lança do futebol mundial.

Embora não tenha no discurso o seu ponto mais forte e por vezes misture algumas ideias que pretende transmitir, o treinador encarnado acertou em cheio na análise que fez ao pupilo. Cardozo não é, nunca foi, nem será um dia, um virtuoso do desporto-rei. Isso, contudo, não faz dele tosco, nem o impede de cumprir com regularidade aquilo que se pede a quem joga na frente de ataque: marcar golos.

Confesso que faço parte do extenso rol daqueles que não elegem Cardozo como o avançado perfeito para o seu onze de sonho. Admito, aliás, que nem no banco lhe reservaria um lugar se tivesse de formar um conjunto apenas recheado de estrelas, de gente capaz de, quase sempre, empolgar as bancadas e fazer as jogadas que todos gostamos de observar. Mas, com a mesma sinceridade, também digo que aprendi a apreciar as qualidade do dianteiro paraguaio e a reconhecer-lhe o mérito de ser de uma utilidade impressionante. Tudo porque, feitas as contas, ele é um goleador muito mais profícuo do que alguns dos tais “artistas” que tratam melhor a bola, mas depois se esquecem de a colocar no sítio certo.

Quando Cardozo marcou em Leverkusen, comentei para com os meus camaradas de redacção: “Estava a ser um dos piores em campo, senão o pior, mas já ninguém se lembra disso”. Ainda por cima, desta vez como em várias outras, o dianteiro não se limitou a marcar. Fê-lo com técnica apurada, com um toque de classe, até parecia ser aquilo que não é.

Depois de ter tido um deslize perfeitamente infantil na Choupana, depois de ter passado uma fase de menor fulgor e acerto, o goleador Cardozo apareceu no momento certo e quando saiu, lá na BayArena, os adeptos encarnados mostraram o quão felizes estavam com ele. Aparentemente, a maioria também já se rendeu às evidências…